Um Vitória que fez por merecer mais do que o empate na Luz

Foi um Benfica desfigurado por oito alterações o que se estreou na Taça da Liga. Frente a um rival competente, a qualidade dos “encarnados” só veio vagamente ao de cima com as substituições.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Nesta fase da época, com os activos actualmente disponíveis no plantel, não é possível ao Benfica mexer profundamente no “onze” sem perder qualidade. Isso ficou mais uma vez à vista no arranque da Taça da Liga, num Estádio da Luz que recebeu um V. Guimarães que, em muitos momentos, banalizou o campeão nacional. O empate (0-0) será mais difícil de digerir para os minhotos, que somaram as mais flagrantes ocasiões da partida.

Tendo como termo de comparação as habituais escolhas de Bruno Lage na presente temporada, foram oito as alterações introduzidas, com destaque para as laterais: à direita, Tomás Tavares, à esquerda, Nuno Tavares. Nenhum dos dois teve uma tarde/noite para recordar, mas não foram os únicos. 

Tudo porque o Vitória mostrava uma reacção eficaz à perda da bola, impedindo o Benfica de sair pelos corredores exteriores, e se reagrupava rapidamente, diminuindo o espaço entre linhas. No seu 4x3x3, os vimaranenses foram de longe a equipa mais incisiva no primeiro tempo, começando por deixar dois avisos logo no início (Davidson, com um remate por cima da barra, e Rochinha, com um remate cruzado), e guardando mais três para os derradeiros segundos antes do intervalo: na mesma jogada, Davidson atirou para defesa de Zlobin sobre a linha (depois de um erro do guarda-redes), Pedro Henrique cabeceou ao poste e Leo Bonatini acertou na trave.

Neste período, o melhor que os “encarnados”, que raramente foram capazes de ligar o jogo entre os três sectores, conseguiram foi assustar Douglas num par de bolas paradas, graças aos centímetros e ao poder de elevação de Jardel. Jota e Seferovic não tinham espaço para jogar entre linhas (até porque o suíço procura invariavelmente a profundidade), Caio Lucas mostrava-se errático no último passe e Samaris continuava alheado do encontro, acabando substituído por Gabriel a meio do segundo tempo.

Nessa altura, já o Benfica tinha subido um par de degraus na qualidade do seu futebol e no controlo das operações. Com o regresso de Gabriel (após lesão) chegaram as variações cirúrgicas do centro do jogo e com a entrada de Rafa (de longe o elemento em melhor plano neste início de época) introduziu-se velocidade em condução e chegada em posse ao último terço.

Os últimos 20 minutos da partida foram, de resto, os melhores dos lisboetas, que estiveram perto do golo por Caio Lucas (de cabeça após lance de insistência) e Seferovic (atirou por cima após assistência de Tomás Tavares), ao passo que Ivo Vieira já não conseguiu capitalizar as duas últimas alterações. 

Numa fase de grupos só com três jogos, a margem de erro é curta, mas a demonstração de competência do Vitória na Luz permite projectar um duelo equilibrado pelo apuramento para a final four, que incluirá ainda V. Setúbal e Sp. Covilhã.   

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