Embaixadores do Minho em clima familiar

Sp. Braga e V. Guimarães prosseguem caminhada europeia, dispostos a evitar cair nas redes de Espírito Santo e de Preud’Homme.

Fotogaleria
LUSA/OLIVIER HOSLET
Fotogaleria
Reuters/ANDREW BOYERS

Os antigos guarda-redes internacionais Nuno Espírito Santo e Michel Preud’Homme, respectivamente responsáveis técnicos dos ingleses do Wolverhampton e dos belgas do Standard de Liège, são os anfitriões de Sp. Braga (Grupo K) e V. Guimarães (Grupo F) na jornada inaugural da fase de grupos da Liga Europa, conferindo um ambiente vagamente familiar aos compromissos dos rivais minhotos. E o treinador português já avisou que não vestirá a pele de cordeiro para justificar falsos patriotismos, até por não se tratar de um jogo de selecções. 

Umbilicalmente ligado a Guimarães, rival dos “arsenalistas”, o técnico dos “wolves” recebe (20h), no Molineux, um Sp. Braga necessitado de um estímulo extra para relançar a carreira doméstica, marcada por um anormal antepenúltimo lugar na Liga, com 11 pontos perdidos em cinco jornadas. Espírito Santo admite, contudo, poder balançar emocionalmente no jogo de Braga, mas não o suficiente para facilitar no duelo de portugueses. 

Dispensadas as traduções, Sá Pinto responde ao compatriota de forma insensível, garantindo que aspira sempre a “melhorar” e a evoluir. Capítulo no qual a margem de progressão é claramente maior a nível doméstico do que no campo internacional, onde o Sp. Braga venceu os quatro compromissos anteriores, eliminando os dinamarqueses do Brondby e os russos do Spartak de Moscovo. Agora, num patamar ainda mais exigente, Sá Pinto transfere a maior dose de responsabilidade para o adversário, enfatizando a questão dos orçamentos e a qualidade dos respectivos intérpretes.

Os destinos de V. Guimarães e Standard de Liège voltam a cruzar-se exactamente 24 anos depois de os vitorianos terem superado os belgas na primeira eliminatória da edição de 1995-96 da Taça UEFA, com um triunfo (3-1) em Guimarães e um nulo em Liège. Em Setembro de 1995, Vítor Oliveira levou a melhor sobre Robert Waseige, treinador que uma época depois haveria de assinar pelo Sporting. Agora, os vitorianos encontram outra figura incontornável do futebol belga, com Michel Preud’homme no comando técnico do emblema de Liège. 

O antigo internacional belga e referência da baliza do Benfica — que nesse ano eliminou o Vitória nos quartos-de-final da Taça de Portugal (1-0, após prolongamento, com Nuno Espírito Santo na baliza dos minhotos) — não poupa nos elogios à equipa de Ivo Vieira, que considera um conjunto “completo”, apesar de colocar os portugueses, juntamente com o Standard, como outsiders do Grupo F, dando primazia a Arsenal e Eintracht Frankfurt. 

Por este prisma, o confronto desta tarde (17h55), no Estádio Maurice Dufrasne, será fundamental para definir o posicionamento dos menos favoritos na corrida aos 16 avos-de-final, ideia que o presidente do V. Guimarães complementa, sugerindo uma discussão em torno do reforço financeiro da prova. Miguel Pinto Lisboa voltou a falar no aeroporto, para sublinhar a motivação da equipa, apesar de integrar um grupo muito forte, aproveitando os confrontos com Arsenal e Eintracht para destacar a importância desportiva, desvalorizando a componente financeira (2,9 milhões de euros de acesso à fase de grupos e 570 mil euros de prémio por vitória).

Mais centrado na estratégia de campo, Ivo Vieira conta com o balanço das três pré-eliminatórias, que passou com distinção, como sugerem os números: 15 golos marcados e zero sofridos. Cartaz suficiente até para convencer o líder do campeonato belga, que o técnico dos vitorianos conta manter em sentido com uma filosofia de ataque e de posse capaz de  “proporcionar um bom espectáculo”. Para tanto dispõe de Davidson, destaque no arranque da época que regressa após dois jogos de suspensão na Liga. De fora, por lesão, ficam o lateral venezuelano Victor García e o médio líbio Al Musrati.

Sugerir correcção
Comentar