Cartas ao director

Estado Novo: só atrocidades?

Há dias, o director do PÚBLICO escreveu um editorial criticando a decisão do Parlamento condenando a criação do chamado museu sobre Salazar. Referiu, e bem quanto a mim, que conceituados historiadores haviam dado garantias de que um tal museu não seria nunca uma hagiografia sobre o ditador. E acrescentou que temos todo o interesse em conhecer todas as atrocidades cometidas pelo regime que então vigorou, desde 1926 até 1974. Mas, curiosamente, não referiu uma única obra, acção ou aspecto positivo de tão longo consulado. Estará então na calha um museu que só consiga expor e documentar todos os aspectos negativos da ditadura? Será que se estão a preparar para anunciar e explicar aos portugueses que nasceram depois do 25.04.74 que a Ponte 25 de Abril foi construída pelo MFA nesse dia? Que o torcionário Salazar, psicopata assassino sem escrúpulos, qual Estaline em Portugal, mandou matar todos os críticos do seu regime? (...) Que nada se fez, se construiu, se desenvolveu em 46 anos de regime? A esquerda sempre teve esta queda para reescrever a história, e eu, que vivi 26 anos no regime anterior, estou muito curioso para ainda ver o que vai sair daqui.

Manuel Martins, Monte Gordo

Amazónia e emergência climática

As abruptas alterações do clima vão trazendo efeitos arrasadores. Em França, morreram 1435 pessoas devido às ondas de calor deste Verão; nas Bahamas, um furacão deixou o principal arquipélago irreconhecível e agora, em Espanha, Valência, o volume de chuva que caiu jamais tinha ocorrido nos últimos 100 anos. As funestas consequências das alterações climáticas, ao contrário do que dizem líderes mundiais (Trump, Bolsonaro e outros), não são notícias falsas!

A Amazónia anda continua a arder! Mais de um milhão de espécies extinguir-se-ão caso não haja um retrocesso na actual devastação. (…) Um reconhecido cientista ambiental brasileiro afirma mesmo: ‘'Não é exagero, face ao presente, chamarmos pré-holocausto ao que está a suceder à Amazónia de todos!'’ O crime ambiental perpetrado contra a Amazónia, com todo o horror verificado, também fará ricochete nos exploradores negociantes, nos irresponsáveis e nos que negam a realidade!

Vítor Colaço Santos, São João das Lampas

A Justiça na lama

A Justiça portuguesa está absolutamente na lama. Rui Rangel, juiz suspeito de vários crimes na operação que ficou conhecida como Operação Lex, continua a receber, porque assim a lei manda, processos para decidir. O trágico é que recebeu processos relativos a José Sócrates. Dizem que o sorteio é informático e aleatório mas, para evitar escândalos como este, o respectivo programa deveria (e pode, penso eu) conter condicionantes. Desta forma, a ideia que fica é que vale tudo e que, infelizmente e uma vez mais, a Justiça portuguesa está podre e na lama. Quem vai acreditar nela?

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

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