FC Porto patrocinou ressurreição algarvia e acabou a lutar pela vida

Marcano resgatou “dragões” de um pesadelo, em tarde que parecia perfeita, mas esteve perto de se tornar num desastre.

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LUSA/OCTAVIO PASSOS

O FC Porto evitou, in extremis, uma recaída de consequências incalculáveis na recuperação anímica, assente em grande medida na vitória obtida no Estádio da Luz. A deslocação a Portimão, na 5.ª jornada da Liga, tinha tudo para que a equipa de Sérgio Conceição conseguisse a transição ideal de uma pausa nos campeonatos para o regresso às lides europeias, na Liga Europa, mas redundou num triunfo atribulado (2-3). 

Depois de, durante a primeira parte, ter construído uma boa almofada para gerir, tranquilamente, o resto da tarde (0-2), o FC Porto foi surpreendido com o convite para assistir, incrédulo, à inesperada ressurreição do Portimonense. 

Praticamente do nada, os jogadores locais marcaram dois golos em três minutos e estiveram, inclusive, muito perto de virar o encontro do avesso. Contudo, acabaram a falhar uma oportunidade soberana, anulada num agarrão de Alex Telles a Marlos, que deixou os “dragões” reduzidos a dez unidades a partir dos 90+2’ e num desespero indescritível. 

O mesmo Alex Telles que abrira o marcador na conversão de um penálti (25'), antes de ver Zé Luís (45') ampliar a vantagem para fechar a primeira metade, viu o sacrifício recompensado com o golo de Marcano já em tempo de compensação, no último lance do jogo, a evitar a sentença lida por Dener (74') e pelo japonês Anzai (77'). 

Uma dupla que ameaçou abrir uma ferida fresca com dois excelentes golpes, perturbando profundamente um FC Porto cada vez mais perdido, mas que ainda assim foi capaz de encontrar forças para ripostar e evitar o desastre anunciado. Os golos do Portimonense acabariam por se revelar insuficientes para evitarem a derrota, confirmada pelo central espanhol, de cabeça, na sequência de um canto (90+8'). 

Sérgio Conceição respirava, finalmente, de alívio. O técnico portista reteve mais uma lição, depois de ter deixado a chama dos “dragões” baixar ao ponto de colocar em perigo toda a estratégia, que não dispensou os “condicionados” Pepe, Marega e Zé Luís, trio lançado de início. 

Antes do susto, com Otávio no lugar do lesionado Romário Baró, o brasileiro foi o grande responsável pela quebra do marasmo que ameaçava instalar-se, fortemente aliado a temperaturas inimigas da velocidade. O calor baixava o ritmo inicial, que o FC Porto foi aumentando com o decorrer do monólogo em que o Portimonense justificava apenas o papel de figurante. 

Os algarvios pareciam esgotados numa primeira parte em que não conseguiram um único remate ou lance capaz de colocar a defesa portista em sentido, incentivando as antecipações cirúrgicas de Pepe. A habitual pressão portista impedia a melhor organização da equipa de António Folha, cuja atitude mudou  depois do golo de Dener, numa tarde em que o VAR também desempenhou papel importante, validando o penálti do FC Porto, o golo dos algarvios e a expulsão de Telles.
 

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