Bruno Lage explicou a actuação do Benfica no mercado de transferências

O treinador benfiquista alerta para as dificuldades que o Gil Vicente vai colocar e lembrou a derrota do FC Porto.

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Bruno Lage LUSA/SEDAT SUNA

O mercado de transferências fechou a 2 de Setembro e o treinador do Benfica, Bruno Lage, explicou nesta sexta-feira algumas acções do clube, quer sobre possíveis reforços, quer sobre os futebolistas que não chegaram a sair.

Um dos primeiros casos a ser comentado por Lage foi o da procura por um guarda-redes para o plantel. O treinador lembrou que o titular da última época, Vlachodimos, sempre “esteve a par de tudo” e que o objectivo da contratação de outro guardião visava “trazer mais experiência para a posição”, face à presença de dois jovens concorrentes para o grego: Svilar e Zlobin.

“O primeiro a ser abordado foi o Cilessen. Ele preferiu ir para o Valência a vir para Portugal e em dois ou três dias deixámos cair esta solução. A segunda solução ninguém soube: Fabianski. Num dia percebemos que, por questões financeiras, seria impossível. Até que surge o terceiro, Perín. Atacámos e conseguimos, mas o jogador tinha uma lesão. Por fim, Goulacsi, mas a uma semana do fecho do mercado o clube disse que não havia hipótese de entrar em negociações”, explicou.

Enfatizando o “nível qualitativo” que o clube procurou impor no plantel, o técnico reiterou que o critério é o elemento mais importante na definição de um ‘reforço’, salientando que se pode “falhar o jogador, mas não o critério” para a equipa.

Bruno Laje elogiou depois o jovem defesa brasileiro Morato, o último jogador contratado pelo Benfica, referindo que “pode trazer muito a médio prazo”, mas que “tem de crescer” entre a equipa B e o plantel principal.

Em sentido inverso, comentou os casos dos médios Zivkovic, Cervi e Fejsa - que foram dados como ‘transferíveis’, mas acabaram por permanecer na Luz -, asseverando que falou com todo o plantel após o dia 2 de Setembro e lembrou que agora “todos contam” para ajudar a atacar os objectivos para 2019/20.

Gil Vicente é perigoso

Sobre o jogo de sábado, frente ao Gil Vicente, Bruno Lage deixou avisos e elogios. O técnico “encarnado” reconheceu ter tido “menos tempo do que é normal” para preparar o encontro, em virtude dos compromissos para as selecções nacionais, mas sublinhou que “foi preparado ao detalhe” para conseguir somar mais três pontos.

“Vamos defrontar uma boa equipa, que está em construção, e que nestas primeiras jornadas já causou surpresas. Vamos querer estar ao nosso melhor nível para conquistar os três pontos”, frisou, esclarecendo também que os médios Florentino Luís e Gabriel não vão ser opção para este encontro com o clube de Barcelos.

Na sequência de uma goleada (4-0) sobre o Sporting de Braga, na derradeira ronda, Bruno Lage adiantou que esse triunfo já faz parte do passado, tal como o desaire (2-0) com o FC Porto, e que nenhum desses jogos vai influenciar a resposta perante os gilistas no Estádio da Luz.

“A nossa procura é sempre a da perfeição e de fazer bem no jogo seguinte. Da mesma maneira que não podemos levar o que já ganhámos para dentro de campo, também não podemos levar o que perdemos”, notou.

O treinador do Benfica desfez-se em elogios ao homólogo do Gil Vicente, Vítor Oliveira, que conta com um currículo recheado de títulos da II Liga e de promoções de clubes ao escalão máximo.

O técnico gilista, que neste campeonato já conseguiu surpreender o FC Porto (2-1), na jornada inaugural, vincou que a equipa não vai entrar com medo do Benfica e Bruno Lage subscreveu a análise feita em Barcelos.

“Fez uma análise correcta. É um treinador com enorme experiência, com muitos títulos, uma carreira invejável, e que só disse a verdade. No momento em que recupera a bola, o Gil Vicente tem os olhos postos na baliza do adversário, por isso temos de estar ao nosso melhor nível”, reforçou.

O técnico das “águias” abordou ainda outra questão que provocou polémica na “ressaca” do jogo com o FC Porto: a ausência de estágio antes do clássico com o emblema portista. Na óptica do treinador do Benfica, a prática é uma forma de o clube se aproximar do que diz serem os métodos de “outros grandes clubes” da Europa.

“Temos de ir ao encontro do conforto para os nossos jogadores. Entendemos que a recuperação em casa é melhor. Preferimos que se mantenham no conforto do lar. Existe uma hora de recolher. Às 19h o jogador está em casa, todos de véspera usam a pulseira de controlo de sono e damos a oportunidade de estar com a sua família”, explicou, isolando as semanas de compromissos de selecções como “excepções” a essa prática.

O Benfica, segundo classificado, com nove pontos, recebe no sábado, às 19h, o Gil Vicente, décimo, com cinco, no Estádio da Luz, em jogo da quinta jornada da I Liga de futebol.

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