Nanni Moretti: “Nunca serei imparcial
tendo os torturadores num lado
e as vítimas noutro”

O cineasta italiano regressa com Santiago, Itália, um documentário sobre o golpe de estado chileno de 1973 e o apoio que a Itália deu aos perseguidos pelo regime de Pinochet. Conversa com um cineasta incapaz de ser “imparcial”.

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Em Santiago, Itália, que esta quarta-feira tem a sua antestreia no Porto (Cinema Trindade, 19h) e em Lisboa (Cinema Ideal, 21h30), assinalando os 46 anos do golpe de estado que depôs Salvador Allende e impôs Augusto Pinochet, Nanni Moretti olha para esse acontecimento a partir do papel de porto de abrigo que a Itália, através da sua embaixada em Santiago, desempenhou para muita gente que fugia da perseguição da Junta Militar. Evocam-se outros tempos, evoca-se a fragilidade da democracia, a memória de uma Itália “mais solidária” – embora essas analogias, como diz Moretti em conversa telefónica com o Ípsilon, fiquem mais a cargo de cada espectador. O que ele não pode, ouvindo vítimas e torturadores, é “ser imparcial”. Di-lo no filme, e explica-o nesta conversa.

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