Só Nadal poderá travar Medvedev neste Open dos EUA

O tenista russo tentará tornar-se no primeiro campeão do Grand Slam nascido na década de 90.

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Mevedev LUSA/JUSTIN LANE

Daniil Medvedev foi o melhor tenista em Agosto, mas continua a estender por Setembro o seu excelente momento de forma. O tenista russo tem sabido lidar com o desgaste dos 22 encontros que já disputou nas últimas seis semanas e com a animosidade do público com quem entrou em choque durante a segunda ronda e qualificou-se para a sua primeira final do Grand Slam. Do outro lado da rede vai estar Rafael Nadal, detentor de 18 títulos em majors. Ambos venceram em três sets, mas o primeiro foi crucial para o restante dos encontros.

Na primeira das meias-finais – que, pela primeira vez num Grand Slam contou com três tenistas nascidos nos anos 90 – o quinto melhor tenista do ranking mundial derrotou Grigor Dimitrov (78.º), por 7-6 (7/5), 6-4 e 6-3, depois de anular um set-point, quando serviu a 5-6. “Neste caso, penso que a confiança explica muita coisa porque ele até foi melhor que eu no primeiro set, penso que tive alguma sorte. Então, o momento mudou completamente e eu comecei a jogar melhor que ele nos dois sets seguintes”, resumiu o russo de 23 anos.

Apoiado no forte serviço, Medvedev não enfrentou qualquer break-point no terceiro set, concluindo ao fim de duas horas e 38 minutos, sem, no entanto, celebrar a vitória. “Tenho de dizer que adoro os EUA”, afirmou ainda no court.

Antes, Medvedev teve a humildade, mas também a inteligência, de pedir desculpa aos adeptos, depois de ter encarnado o papel de vilão devido ao comportamento anti-desportivo, no segundo episódio do seu percurso neste Open dos EUA. “Quando tinha seis ou sete anos, adorava ver wrestling porque pensava que era a sério. Os meus pais perguntavam ‘por que vês isto? É a fingir’. Mas não penso que tenha algum impacto no que tem acontecido aqui. Como já disse antes, quero tornar-me numa melhor pessoa do que era aqui há uns dias”, contou mais tarde.

Medvedev é o terceiro tenista a disputar no mesmo ano as finais dos mais importantes torneios que se realizam durante o Verão na América do Norte: Washington (ATP 500), Open do Canadá, Cincinnati (ambos Masters 1000) e Open dos EUA (Grand Slam), juntando-se a Ivan Lendl (1982) e Andre Agassi (1995). Tornar-se no primeiro campeão do Grand Slam nascido na década de 90 é o próximo desafio.

Só que Nadal tem a experiência de 27 finais já disputadas no Grand Slam e só ainda cedeu um set até agora. Na meia-final com o estreante Matteo Berrettini (25.º), o número dois do ranking não aproveitou nenhum dos seis break-points de que dispôs e teve de anular dois set-points a 4/6 do tie-break. O italiano entrou determinado a contrariar o favoritismo do adversário e nunca deixou de lutar, mas as forças e a confiança foram diminuindo e Nadal, que não enfrentou um único break-point ao longo das duas horas e 35 minutos, acabaria por vencer, por 7-6 (8/6), 6-4 e 6-1.

“O primeiro set foi um pouco frustrante porque tive muitos break-points antes do tie-break e ele nenhum. No tie-break, tive um pouco de sorte porque ele liderou por 5/2 e 4/0, mas sobrevivi a esse momento e, finalmente, obtive o break, no início do segundo e, então, o encontro mudou completamente”, explicou Nadal.

O espanhol é favorito a manter o domínio do “big-3” pelo 13.º major consecutivo, diante de Medvedev, com quem só mediu forças uma única vez e há poucas semanas, na final do Masters 1000 do Canadá, com Nadal a infligir uma das duas derrotas sofridas pelo russo neste período, por 6-3, 6-0.

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