Noite de goleadas e de festa holandesa na Alemanha

Dos restantes jogos, destaque para o 6-0 aplicado pela Áustria à Letónia e para o 0-4 da Bélgica em São Marino e da Croácia na Eslováquia.

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Malen celebra em Hamburgo Reuters/WOLFGANG RATTAY

Os jogos entre Holanda e Alemanha têm tido muitos golos (os últimos três duelos tiveram uma média de quatro golos por jogo) e este não quis estragar a estatística: o triunfo foi, desta vez, para os holandeses, por 4-2. Com este resultado, nesta sexta-feira, a Holanda deixou o grupo C de qualificação para o Euro 2020 ao rubro: Irlanda do Norte com 12 pontos (4 jogos), Alemanha com 9 (4 jogos) e Holanda com 6 (3 jogos).

Em Hamburgo, a primeira parte foi jogada em ritmo lento, sobretudo com a posse segura e cautelosa da Holanda. A Alemanha, sempre bem organizada, ia fechando os espaços em bloco e poucas vezes a Holanda conseguiu colocar passes verticais entre as duas linhas alemãs. Com o jogo tão “amarrado”, só em ocasiões esporádicas de contra-ataque e em lances de bola parada as equipas criaram perigo.

Foi assim aos oito minutos, quanto uma bola recuperada por Babel – que ultrapassou Marco van Basten em jogos pela Holanda (39) – terminou nos pés de Depay, que conduziu, puxou para dentro e rematou para defesa de Neuer.

Na resposta, a Alemanha aplicou a mesma “receita”: o lateral holandês Blind saiu para pressionar e Kroos encontrou Klosterman a pedir na profundidade, nas costas de Blind e Promes. O lateral germânico rematou “à figura” de Cillessen, mas Gnabry, na recarga, foi mais eficaz e fez o 1-0.

A Holanda teve mais um par de lances perigosos em situações de bola parada, aos 22 e aos 30 minutos, mas pouco incomodou verdadeiramente Manuel Neuer. A Alemanha, com menos iniciativa de jogo e aparentemente mais “adormecida”, ia aproveitando algumas transições e, perto do intervalo, Reus desperdiçou perante Cillessen uma boa oportunidade para fazer o 2-0.

Numa primeira parte “morna”, o momento mais quente acabou mesmo por ser uma zaragata entre alguns jogadores, que terminou com o árbitro português Artur Soares Dias a atribuir, salomonicamente, um amarelo a Depay e outro a Kimmich.

A segunda parte trouxe uma Holanda mais enérgica, rápida a circular a bola e, sobretudo, com mais jogadores próximos de zonas de finalização. Wijnaldum “avisou” aos 56 minutos, para defesa de Neuer, e, três minutos depois, o seleccionador Ronald Koeman parece ter tido “toque de Midas”: fez duas substituições e, nem um minuto depois, Babel cruzou, Tah falhou a intercepção e Frenkie de Jong, após um grande controlo de bola, fez o empate.

A Holanda continuou a pressão e, aos 65 minutos, chegou à vantagem. De Ligt cabeceou, Neuer fez uma grande defesa, mas Depay insistiu e acertou na perna do azarado Tah, que teve participação directa nos dois golos holandeses.

A Alemanha parecia subjugada e pouco capaz sequer de passar o meio-campo, mas, aos 72 minutos, uma jogada individual de Schulz terminou com penálti para os alemães. Soares Dias assinalou falta por mão na bola de De Ligt, num lance que mereceu muitos protestos, já que De Ligt parece não ter tido intenção de fazer qualquer movimento na direcção da bola. Aproveitou Kroos, que bateu com confiança.

Mas a Holanda estava claramente mais forte. Na estreia pela selecção, o jovem Malen, do PSV, aproveitou uma grande assistência de Wijnaldum para “encostar” sem dificuldade e, já aos 90+2, Wijnaldum coroou uma boa segunda parte com o golo que “matou” o jogo.

Goleadas pesadas

Dos restantes jogos, destaque para o 0-4 da Bélgica em São Marino e da Croácia na Eslováquia, bem como para o 6-0 aplicado pela Áustria à Letónia.

Apesar de ter alguns jogadores em campeonatos de topo, quem mais surpreendeu foi a Eslovénia, que bateu a mais poderosa Polónia, por 2-0.

Já no País de Gales voltou a haver o “efeito Bale”. O galês decidiu o jogo frente ao Azerbaijão, fazendo o 2-1. Para Bale, este foi o 19.º envolvimento directo em golos da sua selecção (14 golos e cinco assistências) nos últimos 19 jogos no País de Gales.

Já antes disso os galeses tinham marcado num dos golos mais bizarros do ano. Bale rematou de fora da área e a bola, prensada num adversário, fez uma trajectória aérea e bateu na cabeça de um distraído Pashayev que, sem intenção, a introduziu na própria baliza.

Resultados

Chipre-Cazaquistão, 1-1
Estónia-Bielorrússia, 1-2
Áustria-Letónia, 6-0
Alemanha-Holanda, 2-4
São Marino-Bélgica, 0-4
Escócia-Rússia, 1-2
Eslováquia-Croácia, 0-4
Eslovénia-Polónia, 2-0
País de Gales-Azerbaijão, 2-1

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