Brasil discute amanhã eventual “revogação” do Acordo Ortográfico

Audiência pública “a fim de discutir a revogação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa” vai realizar-se no dia 3 de Setembro na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados do Brasil.

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Anúncio da Audiência Pública publicado no Facebook

Adiada por duas vezes, vai realizar-se no dia 3 de Setembro uma audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados do Brasil “a fim de discutir a revogação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.” Esta sessão foi requerida, em fins de Abril, pelo deputado Jaziel Pereira de Sousa, do Partido da República (PR, centro-direita), com apoio da deputada Paula Belmonte, do partido Cidadania (antigo PPS e PCdoB). Marcada para as 10h (do Brasil), será transmitida em directo pela TV da Câmara dos Deputados.

Esta audiência contará, segundo o agendamento publicado na página respectiva, com a participação de representantes do Ministério da Educação (ainda não designado) e do Ministério das Relações Exteriores (a embaixadora Márcia Donner Abreu), com o ex-lexicógrafo chefe da Academia Brasileira de Letras Sérgio de Carvalho Pachá, com o escritor Sidney Silveira e com a professora Ami Boainain Hauy, doutorada em Filosofia e Língua Portuguesa e autora de uma volumosa gramática-padrão em uso no Brasil. A Academia Brasileira de Letras (ABL), apesar de convidada, não confirmou a sua presença.

Recorde-se que Sérgio Pachá, e ele explicou isso numa entrevista ainda acessível online, foi afastado da Academia depois de denunciar aquilo a que chamou um golpe (e uma “fraude intelectual”) para impor o AO, a partir da ABL, no plano internacional, durante a presidência de Marcos Vinicios Vilaça (2006-2007). Agora, no Facebook, ele deixou este comentário:

“Se eles [responsáveis da ABL] topassem travar tal debate, eu me limitaria a perguntar ao Senhor Evanildo Bechara como se processou a metamorfose de um homem que considerava o Acordo Ortográfico ‘uma bomba’ (palavras textuais ditas a mim) no defensor de uma excelente idéia para ‘unificar’ as ortografias do Brasil e de Portugal (na verdade manteve grandes diferenças entre o que se escreve lá e cá).”

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