Vendas do PÚBLICO crescem e assinaturas online superam compras em banca

É primeira vez em Portugal que um jornal generalista regista mais leitores pagantes na Internet do que nas bancas.

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Nelson Garrido

O PÚBLICO viu as vendas de jornais em banca e de assinaturas digitais subirem nos primeiros seis meses do ano. Mas o muito maior ritmo de crescimento online fez com que, pela primeira vez, o jornal registasse mais assinantes na Internet do que compradores nas bancas – o que é também uma estreia para os jornais generalistas em Portugal.

Foi em Maio que as linhas das vendas em banca e das assinaturas online se cruzaram. Nesse mês, o PÚBLICO vendeu uma média de 13.905 exemplares por edição (face a 13.652 em Janeiro e 12.440 em Maio de 2018) e somou 14.282 assinantes digitais (eram 12.792 no arranque do ano). Em Junho, as vendas em banca eram de 13.888 exemplares por edição, ao passo que na Internet as assinaturas subiram para 14.909.

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As compras em banca, porém, são em vários aspectos diferentes das assinaturas digitais: enquanto os compradores da edição impressa pagam diariamente o preço de capa, os assinantes na Internet dispersam-se por modalidades com durações e preços distintos, e em alguns casos têm assinaturas que dão acesso às versões em papel e online.

Praticamente todos os jornais continuam a vender mais em papel do que na Internet. Entre as excepções está o Jornal de Negócios, que desde 2013 tem mais assinantes online do que compradores nas bancas e que desde 2015 soma mais assinaturas online do que o conjunto de compradores em banca e assinantes em papel. Quando contabilizadas as vendas de edições digitais, o semanário O Jornal Económico totaliza também mais vendas digitais do que da edição impressa.

Os números relativos a Maio e Junho foram agora divulgados pela Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem (APCT), que audita a generalidade das publicações. Os novos dados permitem traçar o retrato dos jornais e revistas durante os primeiros seis meses do ano.

Ao longo do primeiro semestre, o Correio da Manhã vendeu uma média de 72.961 exemplares em banca. É uma descida de 9% face aos mesmos meses de 2018, mas um valor que continua a dar ao jornal uma liderança destacada.

Em segundo lugar no segmento dos diários generalistas surge o Jornal de Notícias, com vendas em banca de 31.445 exemplares (menos 10% do que no ano passado). Em terceiro está o PÚBLICO, com uma média de 13.726 exemplares (uma subida de 10%).

Entre os semanários, o Expresso registou vendas médias de 52.787 exemplares por edição, uma descida de 7%. O Diário de Notícias – que é do mesmo grupo do JN e fez no início de Julho um ano de periodicidade semanal – vendeu 3905 exemplares por edição. No primeiro semestre de 2018, o DN vendia 6107 exemplares, mas nessa altura era ainda um jornal diário.

O diário i e o semanário Sol, ambos da mesma empresa, não são auditados pela APCT.

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As vendas em banca são vistas no sector como um dos indicadores mais relevantes da saúde de uma publicação e do interesse dos consumidores. A este valor, podem ainda somar-se as assinaturas das edições impressas e as chamadas vendas em bloco, que são vendas em grandes quantidades, feitas a empresas e instituições, frequentemente com descontos. No segmento dos jornais generalistas, o JN é, de longe, o título em que as assinaturas da edição impressa têm mais peso, tendo somado 6608 assinantes.

Já os números das assinaturas online são muito díspares entre os vários jornais, traduzindo estratégias diferentes na Internet.

O Expresso surge no topo da tabela da APCT, tendo chegado a Junho com 23.587 assinantes online. O PÚBLICO (que no início de Abril passou a ter conteúdos exclusivos para assinantes) registou naquele mês 14.909 assinaturas. O JN tinha 5194 assinantes, ao passo que o DN somava 1505 e o Correio da Manhã, 1501. Os cinco títulos chegaram a meio do ano com mais assinaturas na Internet do que tinham em Janeiro.

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