Nuno Melo deseja “sorte” a Elisa Ferreira, mas aguarda pasta e mandato

O único eurodeputado do CDS-PP apontou os pelouros relacionados com a economia ou fundos comunitários como os mais adequados para a futura comissária.

Foto
Nuno Melo durante a campanha para as eleições europeias LUSA/PAULO NOVAIS

O eurodeputado do CDS-PP Nuno Melo desejou esta terça-feira “boa sorte” à futura comissária europeia Elisa Ferreira, mas considerou que a prudência recomenda esperar pela pasta atribuída a Portugal e pelo exercício do seu mandato.

“Em primeiro lugar, queria dar os parabéns a Elisa Ferreira e desejar-lhe sorte no mandato para o qual foi nomeada”, afirmou Nuno Melo, em declarações à Lusa, salientando já ter trabalhado com a vice-governadora do Banco de Portugal no Parlamento Europeu num relatório sobre resolução bancária.

Garantindo a sua colaboração em tudo o que seja do interesse de Portugal e da União Europeia, Nuno Melo sublinhou, contudo, que “o cargo de comissário não depende de um nome apenas, depende fundamentalmente da pasta atribuída e das competências da pessoa escolhida para essa pasta”.

A esse propósito, o eurodeputado do CDS-PP defendeu que “a última escolha socialista para a Comissão Europeia foi simplesmente um desastre”, referindo-se a Jaime Silva, que entre 2001 e 2002 acumulou as funções de conselheiro principal na Representação Permanente de Portugal na Comissão Europeia e de porta-voz do Comité Especial da Agricultura do Conselho Europeu da Agricultura. “Foi apresentado como particularmente especializado na área da agricultura e revelou-se um desastre para a agricultura em Portugal e até para a agricultura europeia”, considerou.

“A prudência recomenda esperar pela pasta que seja atribuída a Elisa Ferreira e pelo resultado do exercício desse mandato em relação ao qual, insisto, colaborarei em nome de Portugal e da União Europeia, mas também lançarei as críticas que entenda adequadas se existirem medidas que não estejam de acordo com aquilo que o CDS defende”, assegurou.

Questionado sobre o que poderá ser uma pasta adequada à futura comissária portuguesa, Nuno Melo apontou as relacionadas com a economia, actividade bancária ou fundos comunitários, salientando que há outras, como a do mar, que poderiam ser muito relevantes para Portugal, mas que não “são da competência de Elisa Ferreira”.

Nuno Melo salientou que, dado o momento sensível da União Europeia com a provável saída do Reino Unido, trata-se “de um dos mandatos mais importantes, relevantes e sensíveis” desde a fundação do projecto europeu. “Da mesma forma que não aprecio particularmente homenagens póstumas -- porque as pessoas já cá não estão para beneficiar do elogio devido -- também não alinho nos elogios prévios e sem provas dadas”, reforçou.

O eurodeputado do CDS-PP aproveitou para deixar “um abraço” a Carlos Moedas, que irá cessar funções como comissário europeu, salientando a sua boa relação com todos os partidos, “independentemente da sua visão programática do projecto europeu”.

“Desejo lhe muita sorte nos desafios que terá no futuro, acredito que ainda terá muito a dar ao seu partido [PSD] e a Portugal”, afirmou.

Sugerir correcção
Comentar