“Calhorda oportunista” e “sem carácter”: Macron insultado no Twitter por ministro da Educação brasileiro

“Ferro no cretino do Macron, não nos franceses...”, escreveu o ministro da Educação brasileiro, Abraham Weintraub, no Twitter, depois de uma série de mensagens onde atacava o Presidente francês.

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Emmanuel Macron, durante a reunião do G7, que aconteceu neste fim-de-semana Reuters/POOL

O Presidente francês, Emmanuel Macron, na linha da frente nas pressões na luta contra os incêndios na Amazónia, foi insultado através no Twitter pelo ministro da Educação brasileiro. “É apenas um calhorda oportunista, buscando apoio do lobby agrícola francês”, escreveu Abraham Weintraub.

“A França é uma nação de extremos. Gerou homens como Descartes ou Pasteur, porém também os voluntários da Waffen SS [braço armado do partido Nazi]”, começou Abraham Weintraub, numa série de publicações no Twitter, no domingo à noite. “Macron não está à altura deste embate. É apenas um calhorda oportunista, buscando apoio do lobby agrícola francês”, atirou o ministro, numa referência à oposição do Presidente francês ao acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e Mercosul (composta pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

Acrescentando que os franceses “elegeram um governante sem carácter”, Weintraub escreveu que​ o “Brasil também já elegeu governantes que chamavam facínoras como o Kadafi de irmão, acolhia terroristas e criticava injustamente democracias. Itália, EUA, Israel foram inúmeras vezes ofendidos”. “Os franceses elegeram esse Macron, porém, nós já elegemos Le Ladrón, que hoje está enjauladón... Ferro no cretino do Macrón, não nos franceses...”, terminou.

Já anteriormente, Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente brasileiro, actual deputado e um dos nomes em cima da mesa para futuro embaixador do Brasil em Washington, tinha partilhado um vídeo dos confrontos com os “coletes amarelos” em França, com o texto “Macron é um idiota”, acrescentando “Recado para o @EmmanuelMacron”.

Emmanuel Macron manifestou na quinta-feira preocupação com os fogos florestais que estão a devastar a Amazónia, a maior floresta tropical do planeta, evocando uma “crise internacional” e pedindo aos países industrializados do G7 “para falarem desta emergência” na cimeira deste fim-de-semana em Biarritz (sudoeste de França).

Neste domingo, também os países das sete maiores economias do mundo (G7) e a União Europeia concordaram “ajudar o mais rapidamente possível os países afectados” pelos incêndios que se multiplicaram nas últimas semanas na Amazónia, anunciou o Presidente francês, Emmanuel Macron. “Há uma verdadeira convergência” e estão a ser feitos contactos “com todos os países da Amazónia” para que sejam finalizados compromissos concretos “de meios técnicos e financeiros”, disse Macron o anfitrião da cimeira do G7.

O acordo de livre comércio entre a UE e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), integrado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, foi fechado em 28 de Junho, depois de 20 anos de negociações. O pacto abrange um universo de 740 milhões de consumidores, que representam um quarto da riqueza mundial.

A Irlanda ameaçou também votar contra o acordo comercial se o Brasil não tomar medidas para proteger a floresta amazónica. A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo, cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.

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