A Globo inaugurou três novos estúdios, abençoados por Caetano

O MG4 foi inaugurado esta quinta-feira no Rio de Janeiro, com direito a actuação da lenda da música brasileira e dos filhos Moreno, Zeca e Tom.

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Novos estúdios da Globo no Rio de Janeiro foram inaugurados oficialmente nesta quinta-feira cortesia Globo
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Guitarra elétrica
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Os Estúdios Globo em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, rodeados por montanhas e no meio de vegetação, já eram o maior complexo de estúdios da América Latina. Estão agora maiores, com a adição do MG4, o Módulo de Gravação 4, que ocupa mais de 25 mil metros quadrados e inclui três estúdios internos e um exterior, elevando para 13 o número de estúdios do complexo de produção anteriormente conhecido como Projac e a área total para 1,73 milhões de metros quadrados. É uma ampliação que implicou um investimento de 200 milhões de reais (à volta de 45 milhões de euros) e está a ser idealizada há quase cinco anos, quando a capacidade de produção da Globo estava a 100%, com três anos para pesquisa, incluindo visitas aos maiores estúdios de Hollywood e de outros países, e um ano e meio para a construção.

A inauguração oficial destes novos estúdios decorreu esta quinta-feira no próprio espaço, com uma festa que contou com a presença de várias das caras da Globo e uma pequena actuação, transmitida na televisão, de Caetano Veloso acompanhado pelos filhos Moreno, Zeca e Tom.

A primeira produção do MG4, protagonizada por Regina Casé, tem estreia marcada no Brasil para Novembro e chama-se, por agora, Amor de Mãe. O MG4 permitirá, garantem os responsáveis, optimizar as condições de produções de telenovelas, ainda o grande foco da Globo, que teve um primeiro trimestre do ano complicado em termos de audiências. Mas também haverá espaço para cada vez mais séries e minisséries, afirmam os responsáveis. Cada um dos estúdios tem capacidade para ter, ao mesmo tempo, uma telenovela em produção e a pré-produção da sua substituta, com cenários fixos que não têm de, ao contrário do que acontecia até agora, ser montados e desmontados consoante as necessidades de cada dia de rodagem.

Tudo o que é rodado nestes novos estúdios tem 4K de resolução, mas as instalações estão preparadas para outras resoluções. Entre as inovações que o MG4 traz à Globo contam-se novas câmaras 6K, desenvolvidas em parceria com a Sony, com especificações próprias para as necessidades da produtora. Alguns dos pedidos feitos pela Globo para modificar as câmaras são os mesmos que James Cameron pediu para a rodagem de Avatar 2, assegurou aos jornalistas Paulo Henrique, director de investigação e desenvolvimento da estação, durante uma visita ao espaço.

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Na inauguração do MG 4, João Roberto Marinho , Roberto Irineu Marinho e José Roberto Marinho cortesia globo

Câmaras sem fios

É possível que as novidades dos estúdios, a maioria desenvolvidas internamente, venham alterar a forma como as telenovelas se fazem. As câmaras passam todas a ser sem fios, libertando-se da norma da telenovela, em que são usadas quatro câmaras fixas para filmar, e permitindo movimentos que até agora eram logisticamente complicados, bem como possibilidade de controlo à distância e sensores que podem ser colocados em qualquer lado. Essa mobilidade das câmaras pode ser aliada à ligação que há entre os dois últimos estúdios, com um mini-estúdio pelo meio, e a porta que se pode abrir entre o interior e o exterior, permitindo planos-sequência que atravessam vários cenários.

Este investimento vem na sequência de, sem se tirar o foco da transmissão aberta, investir mais no online e na distribuição própria dos conteúdos, bem como de optimizar os tempos de produção, com quase tudo a poder ser feito dentro do edifício, melhorar a qualidade e a rapidez com que as telenovelas, tradicionalmente um conteúdo com tempos muito apertados, são feitas. E investir no planeamento prévio. Muito prévio: Sílvio de Abreu, responsável do departamento de dramaturgia da Globo e criador de novelas como Rainha da Sucata ou Sassaricando, explicou na apresentação que tem planificação das novelas até 2023.

Quanto ao online, o foco é no Globoplay, o serviço de streaming que quer roubar público ao Netflix no Brasil e conta com conteúdos exclusivos que só alguns anos depois são transmitidos na televisão. Questionado pelo PÚBLICO, Carlos Henrique Schroder, director-geral da Globo, afiançou que há planos para o Globoplay estar disponível em Portugal em 2020, “o mais tardar em 2021”.

O PÚBLICO viajou a convite da Globo.

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