Chuva, nevoeiro, montanha e novo líder na Volta a Portugal

Luís Gomes (Boavista) bateu Hugo Sancho (Miranda-Mortágua) e Mathias Reutimann (Swiss Academy), na chegada a Montalegre, mas o grande destaque foi a luta entre os favoritos.

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O pelotão da Volta na etapa seis. LUSA/NUNO VEIGA

Jóni Brandão (Efapel) é o novo camisola amarela da Volta a Portugal. O ciclista português, de 29 anos, atacou na última subida do dia, nesta quinta-feira, e aproveitou as dificuldades do anterior líder, Gustavo Veloso (W52-FC Porto), para subir ao primeiro lugar. A liderança está “presa” apenas por um segundo, já que João Rodrigues (W52-FC Porto), vendo as dificuldades de Veloso, seguiu por si próprio, ficando perto de “roubar” a amarela a Brandão.

Antes da luta entre os favoritos houve disputa pela sétima etapa da Volta a Portugal, numa chegada em alto, em Montalegre, na Serra do Larouco. Luís Gomes (Boavista) bateu Hugo Sancho (Miranda-Mortágua) e Mathias Reutimann (Swiss Academy), depois de estar toda a etapa em fuga.

W52-FC Porto com bênção do presidente

A etapa desta quinta-feira prometia, por três motivos, ser uma odisseia para os 113 ciclistas que saíram de Bragança. Primeiro, eram três contagens de montanha: uma de segunda categoria e duas de primeira, a última das quais a coincidir com chegada em alto, na Serra do Larouco, em Montalegre, bem perto da fronteira com a Galiza. 156 quilómetros com chegada ao terceiro ponto mais alto de Portugal continental.

Depois, porque se o percurso já não era suave, a meteorologia ainda complicou mais, com os corredores a saírem de Bragança com chuva “miudinha”, mas a andarem a restante etapa com algum vento e chuva esporádica, acabando-a com nevoeiro cerrado e vento forte.

Por último, alguns nomes importantes da luta pela vitória passaram por problemas na etapa anterior, nomeadamente Jóni Brandão, João Rodrigues e Gustavo Veloso, que caíram. “Sinto uma pequena diferença de comodidade, mas, quando a corrida começa e o corpo e a cabeça aquecem, tudo passa”, disse o camisola amarela, antes da etapa. O líder desvalorizou as dores e a má fortuna, mas houve quem não desvalorizasse.

Jorge Nuno Pinto da Costa, que chegou de Krasnodar já de madrugada, esteve presente na partida em Bragança, para dar uma palavra de apoio aos azarados – mas ainda líderes – ciclistas da W52-FC Porto.

Na estrada, a fuga do dia formou-se logo à passagem dos 20 quilómetros, com 12 ciclistas a ganharem mais de dez minutos de vantagem para o pelotão. Esta dezena de minutos significava mudança de líder, já que o conhecido e experiente francês Brice Feillu, o melhor colocado entre os fugitivos, estava a seis minutos da liderança. Ainda sobre a fuga, houve algo já esperado: um ciclista da Sporting-Tavira.

Tal como nos dias anteriores, a equipa “leonina” entrou na fuga, tentando de novo uma vitória em etapa para o Sporting, mas o que surpreendeu foi ter sido David Livramento o escolhido, pois o experiente português, de 35 anos, já tinha estado em fuga nas duas etapas anteriores – e sempre com missão de trabalho (primeiro para Marque, depois para Trueba).

A partir dos 50 quilómetros para o final, a diferença caiu abruptamente, com o trabalho da W52-FC Porto e da Efapel a fazer a diferença e a estabilizar nos seis minutos.

Foi com essa vantagem, a dez quilómetros do final, que começaram as discussões e descoordenações entre os fugitivos, que dividiram o grupo pela metade. Para trás ficaram, entre outros, o sportinguista David Livramento – terá “pago” o esforço dos dias anteriores –, enquanto na frente o duelo decisivo foi entre Hugo Sancho, Reutimann e Luís Gomes, com o corredor do Boavista a ser o mais forte.

Mais atrás, Gustavo Veloso esteve sempre mal colocado no pelotão, a sofrer com o ritmo imposto pela própria equipa, primeiro, e da Louletano, depois.

O primeiro ataque foi de Jóni Brandão e, sem resposta de Veloso, a W52-FC Porto deu a João Rodrigues a possibilidade de ir em busca da amarela. Sem sucesso, por um segundo.

Nesta sexta-feira, entre a etapa de subida à Serra do Larouco e a de subida à Senhora da Graça, a tirada entre Viana do Castelo e Felgueiras não deverá trazer grandes mexidas na classificação geral. O final tem uma inclinação indicada para ciclistas explosivos em subidas curtas, mas provavelmente inacessível para luta entre sprinters.

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