Sónia Fertuzinhos lidera lista de deputados do PS por Braga

Direcção nacional vai avocar lista deixando cair algumas das escolhas da distrital. Nomes como Pedro Sousa, Daniel Bastos e Dora Gaspar devem cair.

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Sónia Fertuzinhos entra para a lista pela quota nacional NFS - Nuno Ferreira Santos

A comissão nacional do PS reúne-se esta terça-feira para aprovar as listas de deputados às eleições legislativas e a direcção nacional do partido prepara-se para avocar a lista de Braga, aprovada pela distrital socialista. Afinal, por decisão da direcção, a cabeça de lista será a deputada Sónia Fertuzinhos. O segundo lugar será ocupado pelo secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, e a presidente da JS, Maria Begonha, será terceira.

Os quarto, quinto, sexto, sétimo e oitavo lugares serão preenchidos por Joaquim Barreto, Hugo Pires, Palmira Maciel, Luís Soares e Nuno Sá. Maria Augusta Santos e Pompeu Martins ocupam a nona e décima posição numa lista que não é totalmente paritária.

Algumas das escolhas da distrital, liderada por Joaquim Barreto, suscitaram grande indignação por parte de dirigentes e militantes que não aceitam que Pedro Sousa, que moveu um processo contra o PS, faça parte da lista. Na altura das primárias, em 2014, a direcção nacional do PS nomeou Pedro Sousa - filho do antigo vice-presidente da Câmara de Braga Victor Sousa - para assistente local do grupo parlamentar socialista no Parlamento Europeu – o seu gabinete funcionava na distrital do PS-Porto. Passados alguns meses, a nova liderança do partido prescindiu dos serviços de Pedro Sousa e este queixou-se ao tribunal. O caso não chegou a julgamento, mas o PS pagou-lhe uma indemnização de 5250 euros.

A escolha de Daniel Bastos, conotado com o movimento independente Fafe Sempre, para a lista de deputados não caiu bem junto dos autarcas locais do PS. Numa carta assinada pelo presidente da Câmara de Fafe, Raul Cunha, e subscrita por vereadores e presidentes de junta, os autarcas afirmam: “Temos uma secção que não rejubila com as vitórias do PS, só se preocupa com agendas pessoais”.

 Dora Gaspar (de Vizela) é outro nome que os adversários de Barreto querem ver fora da lista por considerarem que a actual assessora do secretário de Estado da Agricultura e Alimentação não tem perfil. A Dora Gaspar, o líder da distrital reservou o décimo lugar. Para lugares não elegíveis foram remetidos os presidentes das concelhias do PS de Barcelos e de Vila Verde, Manuel Mota e José Morais. O nome deste último dirigente foi votado por unanimidade, tendo contado também com o apoio da concelhia de Amares. O líder do PS de Vila Verde recusou o 14.º lugar que Joaquim Barreto lhe reservou.  Zangado com o partido está também Manuel Mota a quem a distrital atribuiu a 15.ª posição, tendo optado por abandonar a lista.

Mas não é só em Braga que há turbulência no PS. Em Coimbra, o clima também é de grande tensão. O líder da distrital, Pedro Coimbra, colocou em lugar elegível o seu sogro, João Gouveia. Este antigo autarca, que foi presidente da Câmara de Soure eleito pelo PSD e depois pelo PS, conhece bem os cantos ao Parlamento: em Julho de 2017 rendeu a independente Helena Freitas, cabeça de lista por Coimbra em 2015, que abandonou a Assembleia da República para ir coordenar a Unidade de Missão do Interior, da qual se demitiu entretanto.

Outro nome polémico na lista é o de Cristina de Jesus, mulher o antigo deputado Victor Baptista.“Não é só no Governo que há relações familiares. Aqui em Coimbra temos um autêntico familygate”, afirma um dirigente local, insurgindo-se contra o “secretismo” da lista que só foi tornada pública no sábado, dia em que foi votada pela distrital.

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