O velho “edifício amarelo” já é a nova esquadra da PSP de Cascais

Prédio demorou quase 20 anos a ser terminado. Novas instalações na Avenida Engenheiro Adelino Amaro da Costa substituem as antigas do centro da vila.

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A vila de Cascais tem finalmente uma nova esquadra para a Divisão da PSP, quase duas décadas depois de as obras se terem iniciado. “É o fim do calvário, especialmente para os homens e mulheres que prestam serviços na PSP de Cascais e que estão a trabalhar numa esquadra antiga em condições infra-humanas”, disse ao PÚBLICO o presidente da câmara, Carlos Carreiras, antes da inauguração do novo equipamento que decorreu na tarde de terça-feira.

As novas instalações vêm substituir a degradada esquadra provisória da PSP, que assim se mantinha há 60 anos, e nelas estão concentradas as esquadras de trânsito, de intervenção e fiscalização policial e de investigação criminal. Têm capacidade para albergar cerca de 40 agentes por turno num total de 200 elementos, tendo ainda 32 quartos.

A história do “edifício amarelo" é “longa”, tendo passado por oito governos e 11 ministros da Administração Interna. O processo para a construção de uma nova esquadra em Cascais arrancou ainda em 1994, tendo a sua empreitada sido adjudicada por 2,8 milhões de euros em 1999 pelo Gabinete de Estudos e de Planeamento de Instalações, do Ministério da Administração Interna (MAI), à Conegil, construtora do Grupo HLC, do empresário Carlos Santos Silva (arguido no âmbito da chamada Operação Marquês, que envolve José Sócrates). A empresa acabaria por falir em 2003, com dívidas de 20 milhões de euros, dos quais 1,6 ao MAI, escrevia o PÚBLICO em 2015.

A obra acabaria por ser novamente adjudicada, mas o processo caiu num longo imbróglio burocrático e o “edifício amarelo” — como havia de ficar conhecido o prédio devido à cor das suas paredes — nunca foi terminado, ficando devoluto. A demolição chegou a ser ponderada, mas não avançou porque os custos com a destruição da estrutura existente estavam estimados em 1,5 milhões de euros, perdendo-se ainda o investimento já feito que rondava os três milhões de euros, explicou o autarca. 

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Estado da obra em 2015 Miguel Manso

O processo acabaria por avançar já em 2015. Em Setembro desse ano, foi assinado um protocolo entre a câmara de Cascais e o Ministério da Administração Interna, no qual a autarquia assumia a conclusão das obras do edifício, ficando o Governo responsável por suportar esses trabalhos orçados em 2,8 milhões de euros. “Eu, que sou talvez o autarca mais favorável ao processo de descentralização, considero que nas áreas de segurança não deve haver descentralização. Mas impõe-se que haja um grande espírito de colaboração entre o poder local e central”, notou Carlos Carreiras, saudando a abertura com que todos os ministros da Administração Interna com quem trabalhou trataram o assunto. 

O velho edifício da rua Afonso Sanches, no centro histórico da vila, que albergou até há poucos dias a esquadra da PSP, será agora devolvido pelo MAI à câmara. Não sabe ainda que destino a autarquia lhe dará, mas o que ali se fizer terá como objectivo “revitalizar ainda mais o centro histórico de Cascais”, sublinhou o autarca.

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