“Qualquer um pode ver como tratamos os animais”: uma corrida de galgos na Póvoa de Varzim

José Coelho/Lusa
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Os fins-de-semana com corridas de galgos são passados a duas velocidades: a da pista onde os cães se lançam atrás da pele de um animal e a de quem os fica a ver entre churrascos e conversas de amigos. 

O Parlamento rejeitou a proibição da actividade recreativa em Portugal e os "galgueiros" voltaram a estacionar os atrelados junto à pista de corrida, desta vez neste domingo, 14 de Julho, na Póvoa de Varzim, um dia antes da corrida no Mindelo, na vizinha Vila do Conde — evento de que a Cruz Vermelha se demarcou, no início do mês

Os criadores de galgos consideram que a intenção de alguns partidos políticos em proibir a realização de corridas com estes animais “não passa de populismo barato” e rejeitam sempre as acusações de maus tratos aos cães. Vitor Costa, vice-presidente da Associação de Galgueiros e Lebreiros do Norte, garantiu que, para competir, todos os galgos "têm documentos a comprovar o seu bom estado de saúde". "Só pode participar quem tiver as devidas licenças. As regras são rígidas e as autoridades são envolvidas neste processo. Todas as provas são devidamente licenciadas”, garantiu. Quanto à alegada existência de apostas ilegais em torno das corridas, o líder associativo também respondeu negativamente. 

“Mesmo quando já não têm condições para correr, ficam connosco até ao fim da sua vida, e sempre muito mimados com tudo do melhor", defende Susana Martins, criadora de galgos. "São animais que, por instinto, gostam de correr, é genético, não são forçados. Sinto, até, que se não o fizessem seriam infelizes."

Na prova que o P3 acompanhou em Abril, em Famalicão, não esteve presente um médico veterinário, nem a câmara sabia da existência do evento, a contar para o campeonato nacional. “Há como se fosse um código de honra que não nos permite compactuar ou estar indiferente aos maus tratos animais. Em tantos anos que levo disto nunca vi um 'galgueiro' fazer mal a um cão", contou também à Lusa António Ressurreição, que participa em corridas há quase 50 anos. 

António, antigo criador de galgos, lembra que, em Portugal, esta é uma actividade feita “meramente por prazer e pela paixão por estes animais”. "E se os que têm dúvidas tiverem a inteligência de vir ao terreno e, até de surpresa, aparecer nas corridas ou em casa dos criadores, as portas estarão certamente abertas”, desafiou.

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