Cruz Vermelha de Vila do Conde demarca-se de corrida de galgos

Em 2018, a Cruz Vermelha de Vila do Conde já tinha participado numa corrida de galgos em Mindelo, mas este ano demarcaram-se devido a críticas manifestadas, “sobretudo, nas redes sociais”. Organização da corrida garante que o evento se mantém. Assembleia da República discute o fim do desporto amador esta terça-ferira.

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A preparação para uma corrida de galgos em Famalicão. Tiago Lopes

A delegação da Cruz Vermelha de Vila do Conde decidiu não participar e demarcar-se da Corrida de Galgos de 13 de Julho, em Mindelo, Vila do Conde. A decisão foi anunciada esta segunda-feira, 1 de Julho, através de um comunicado oficial, mas até ao início da manhã de terça-feira ainda não tinha sido comunicada directamente ao presidente da Associação Galgueira e Lebreira do Norte. "Não sei se eles vão estar. Mas a corrida [a contar para o campeonato nacional] vai na mesma acontecer”, garante Fernando Lopes, em entrevista ao P3. 

A presidente da Cruz Vermelha vila-condense disse à Lusa que os membros da instituição “foram sensíveis à opinião de algumas pessoas, manifestada, sobretudo, nas redes sociais”. “Percebendo esse desagrado, nomeadamente de elementos ligados a movimentos de defesa dos animais, decidimos, após reflexão ponderada, não nos associarmos ao evento.”

Luísa Eça Guimarães sublinhou que o apoio dado pela instituição ao evento, nomeadamente na sua divulgação, era uma forma da delegação angariar algumas “verbas importantes” para a missão social desenvolvida pela Cruz Vermelha em Vila do Conde. Em 2018, a mesma delegação já tinha estado presente num fim-de-semana de corridas, também em Mindelo. “Era uma maneira de conseguirmos algum retorno financeiro para as nossas actividades de apoio à população, uma vez que temos uma presença muito forte no concelho na área do socorrismo e também no transporte de doentes”, explicou.

“Sempre tivemos a preocupação que os animais que participam nesta corrida fossem bem cuidados e acompanhados pelo veterinário da Câmara Municipal de Vila do Conde. Sempre quisemos que esse aspecto fosse salvaguardado”, vincou.

A demarcação da Cruz Vermelha de um desporto amador contestado por alegados maus tratos a cães acontece na véspera da discussão de uma petição e de projectos de lei do PAN e do BE a proibir as corridas de galgos e outros cães. Fernando Lopes, presidente da Associação de Galgueiros do Norte, não acredita que as corridas vão ser proibidas, principalmente porque já quase não “é utilizada uma lebre” como isco. O projecto de lei do Bloco de Esquerda não antecipa punições para quem continuar a participar e organizar corridas, ao contrário do documento do PAN que prevê multas e pena de prisão até dois anos. As propostas vão ser discutidas esta terça-feira, 2 de Julho, à tarde, na Assembleia da República.

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