O noivo Bautista Agut e os três suspeitos habituais

Rafael Nadal e Roger Federer vão encontrar-se nas meias-finais de Wimbledon, para o 40.º duelo.

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Reuters/CARL RECINE

Para estes dias, Roberto Bautista Agut planeou a sua despedida de solteiro. A razão, além de se encontrar noivo, era de nunca ter ido além dos oitavos-de-final em Wimbledon. Mas o próprio reconhece que o seu estilo de jogo adapta-se bem à relva e só nesta quarta-feira perdeu um set no torneio. Na sua 27.ª participação em Grand Slams, o espanhol de 31 anos vai estrear-se numas meias-finais. Uma segunda justificação para fazer a festa em Londres.

“Devia estar em Ibiza… seis amigos meus já lá estão. Acho que vão ter que vir cá”, contou Bautista Agut, após a vitória sobre Guido Pella, por 7-5, 6-4, 3-6 e 6-3. O argentino passou quase 13 horas no court no conjunto das quatro rondas anteriores, praticamente o dobro do tempo gasto pelo espanhol, que esteve muito mais focado no encontro. O prémio é a discussão, na sexta-feira, de um lugar na final com Novak Djokovic. E Bautista Agut é o único que já venceu o sérvio por duas vezes nesta época, embora em encontros à melhor de três sets.

“O problema é a sua consistência, a capacidade que tem por manter-se no ponto, mesmo quando parece estar desequilibrado. Tem mais profundidade na sua esquerda, não gosta quando a bola ressalta alto, por isso, é que ele é tão bom na relva”, justificou Djokovic, que dominou David Goffin, com os parciais de 6-4, 6-0 e 6-2.

O belga foi o melhor jogador durante a primeira meia-hora, obter o break para 4-3. Mas, aproveitando uma dupla-falta, o sérvio devolveu-o de imediato e o ascendente mudou totalmente. Djokovic iniciou uma série de 10 jogos consecutivos que lhe deram uma maior tranquilidade. Um break para 3-1 o terceiro set foi o golpe fatal para Goffin, que ainda teve três ocasiões quebrar o sérvio, mas sem sucesso. “Ele começou bem. Fiz um bom jogo a 3-4 e houve um jogo crucial a 5-4. Quem sabe como seria o encontro se eu tivesse perdido o primeiro set?”, disse Djokovic.

A segunda meia-final irá opor Roger Federer e Rafael Nadal. Será o 40.º duelo entre ambos e o primeiro em Wimbledon desde a épica final de 2008, ganha pelo espanhol. Há cinco semanas, Nadal pôs fim a uma série de cinco derrotas ao vencer o suíço nas meias de Roland Garros. “Vai ser duro. Rafa pode vencer qualquer um em qualquer piso. Ele é muito bom; não é apenas um especialista de terra batida”, frisou.

Mas Federer sente-se melhor na relva. Nesta quarta-feira, conseguiu vencer Kei Nishikori, por 4-6, 6-1, 6-4 e 6-4, tornou-se no primeiro homem a ganhar 100 encontros num mesmo torneio do Grand Slam, o recordista de vitórias sobre relva com 188 e o mais velho semifinalista num major desde 1991 (Jimmy Connors no US Open). “Quem alguma vez pensou que seria possível? Eu não de certeza”, frisou o suíço de 37 anos.

No duelo com o tenista japonês, Federer entrou a servir mal, tendo de recuperar de 0-40 para evitar o 0-3. Já não foi a tempo de evitar a perda do set, mas as melhorias ficaram confirmadas quando ganhou 11 pontos consecutivos no início do segundo set, para comandar por 3-0. Somente um erro não forçado de Federer traduziu a subida de nível para um patamar a que Nishikori, esforçado, não conseguiu chegar.

Sam Querrey ainda devolveu um break no set inicial para 5-5, mas Nadal anulou as outras duas oportunidades de break, ambas no segundo set, para dominar o norte-americano, com os parciais de 7-5, 6-2 e 6-2.

“É uma grande sensação estar de volta nas meias-finais e ser capaz de jogar este nível de ténis. Agora, defrontar Roger é sempre uma situação única. Estou muito entusiasmado por defrontá-lo neste court após 11 anos. Significa muito para mim e, provavelmente, pela ele também. Digo sempre o mesmo: as oportunidades de nos defrontarmos são cada vez menos, mas ainda estamos aqui”, afirmou Nadal, o primeiro tenista a garantir a presença nas ATP Tour Finals, em Novembro.

Entretanto, terminou a aventura de “Murena”. A dupla formada por Andy Murray e Serena Williams foram derrotados na terceira ronda pelos principais favoritos, o brasileiro Bruno Soares e a norte-americana Nicole Melichar, por 6-3, 4-6 e 6-2. Depois de três semanas a competir em pares, Murray ficou bastante optimista para voltar a competir em singulares em breve.

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