Mão Morta com novo álbum em Setembro

As onze faixas que não são “propriamente músicas”, como diz Adolfo Luxúria Canibal, de No fim era o frio chegam no Outono

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Mão Morta no Paredes de Coura, em 2017 paulo pimenta

Os Mão Morta editam em Setembro No fim era o frio, um álbum “conceptual” que conta uma história de perda, criada de raiz por Adolfo Luxúria Canibal, e que é apresentado no Outono no Porto, Lisboa, Loulé e Luxemburgo.

No fim era o frio é, de acordo com o vocalista do grupo, Adolfo Luxúria Canibal, um álbum “diferente do anterior [Pelo meu relógio são horas de matar], de 2014, como é, aliás, apanágio dos Mão Morta”.

“É um disco conceptual, muito centrado numa história, que atravessa todo o disco, uma distopia, uma história de perda”, contou o músico, referindo que, na génese do novo trabalho da banda, esteve “uma ideia musical de construção, de composição a partir de módulos, uma ideia retirada da música electrónica”, e que a banda quis “aplicar à música eléctrica”.

Adolfo Luxúria Canibal fala em módulos, por as 11 faixas que compõem o álbum “não [serem] propriamente músicas”. “São longos ambientes, a que chamamos módulos. Alguns são mais próximos do que podia ser uma canção, apesar de não serem canções, não têm refrãos, não têm pontes, não têm estrofes, mas são mais próximas na sua estrutura do que seria uma canção tradicional”, referiu.

A maioria das onze faixas “são grandes espaços ambientais de grande produção, muito mais próximo do que seria o ‘krautrock’, nos anos 1960/70, do que propriamente músicas, canções”.

A história contada em No fim era o frio foi “criada de raiz” pelo vocalista e, tanto a história como a música serviram o espectáculo de dança, com Inês Jacques, que a banda apresentou este ano em locais como Guimarães e Castelo Branco.

“Ou seja, a música desse espectáculo serviu também para ser a música do disco, cerca de 80%, digamos. Há pormenores, há tempos, há coisas que são diferentes, mas o grosso, a base, é a mesma música que serviu para o espectáculo de dança”, explicou.

No fim era o frio é apresentado ao vivo a 28 de Setembro, no Hard Club, Porto, a 11 de Outubro, no Lisboa ao Vivo (LAV), a 31 de Outubro no Cineteatro Louletano, em Loulé, e a 9 de Novembro, na sala Kultufabrik, no Luxemburgo.

Nesses espectáculos, os Mão Morta vão “apresentar integralmente o disco, até porque é assim que tem sentido”, e depois, numa segunda parte, temas do repertório da banda, que conta com mais de 30 anos de carreira. No palco, em termos cénicos, “a ideia é acentuar o lado frio do disco”. “Este lado frio da história, este lado de desamparo, criando um cenário que, de alguma forma, faça a ponte com os espectáculos de dança que estivemos a fazer. As coisas são profundamente separadas, mas ao mesmo tempo estão intimamente ligadas”, disse Adolfo Luxúria Canibal.

No espectáculo de dança havia seis bailarinos em palco, “uma componente mais visual”, nestes espectáculos “não há nada disso, mas há uma espécie de ponte, uma ideia de palco que havia no espectáculo de dança, para a ideia de palco de apresentação do disco”.

Além de Adolfo Luxúria Canibal, compõem os Mão Morta Miguel Pedro (bateria), António Rafael (teclados e guitarra), Sapo (guitarra), Vasco Vaz (guitarra) e Joana Longobardi (baixo).

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