Ashleigh Barty é a nova número um

Triunfo em Birmingham leva australiana, que chegou a interromper a carreira para jogar críquete, ao topo da hieraquia.

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Reuters/CARL RECINE

Duas semanas depois do surpreendente triunfo em Roland Garros, a carreira de Ashleigh Barty atingiu outro ponto alto. Ao conquistar o título em Birmingham, a australiana de 23 anos assegurou a subida ao primeiro lugar do ranking mundial, destronando Naomi Osaka, que detinha o estatuto desde o final de Janeiro, após ter conquistado o Open da Austrália.

“Tem sido um percurso incrível para mim e para a minha equipa”, reconheceu Barty que, há três anos, regressou ao circuito profissional, após um ano dedicado ao críquete. Reentrou no ranking como 623.ª e, um ano depois, estava de volta ao top 100 e a conquistar o primeiro título individual no WTA Tour. Em 2018, venceu mais dois e, em Março, triunfou em Miami — o primeiro da categoria Premier Mandatory. Em Junho, conquistou o primeiro major, na terra batida de Roland Garros. Neste domingo, em Birmingham, venceu o quarto título no período de oito meses e tornou-se na primeira tenista a ganhar três torneios em 2019

“Em criança sonhamos sempre em ser número um, mas quando se torna realidade é incrível. Nem estava nos meus planos para este ano, mas sim entrar no top 10. Começámos do nada, sem ranking, e estar onde estamos é um feito enorme”, afirmou Barty, depois da final do Nature Valley Classic, na qual venceu Julia Goerges (19.ª), por 6-3, 7-5.

A australiana é a 27.ª tenista a liderar o ranking mundial e a segunda australiana, sucedendo a Evonne Goolagong Cawley, número um em 1976. Barty juntou-se ainda a um distinto grupo de campeãs de Roland Garros que venceram o torneio seguinte, em relva: Serena Williams, Steffi Graf, Martina Navratilova, Chris Evert e Margaret Court.

Em contraste com a juventude que reina no WTA Tour, os veteranos dominaram os dois torneios do ATP Tour, também em relva.
Em Halle, Roger Federer conquistou o 10.º título em 17 presenças no torneio alemão, ao vencer David Goffin (33.º), por 7-6 (7/2), 6-1.

O suíço de 37 anos elevou para 102 o número de torneios ganhos na carreira (ficando a sete do recordista Jimmy Connors) e é o mais velho a ganhar uma prova do circuito principal desde 1977 (Ken Rosewall, em Hong Kong). “Sempre que ganhei em Halle, joguei bem em Wimbledon. Não é uma garantia, mas já estou no circuito há tempo suficiente para saber o que isso significa”, adiantou Federer.

No Queen’s, Feliciano López, igualmente de 37 anos, tornou-se no mais velho vencedor do torneio na Era Open, no primeiro wild-card a vencer a prova desde Pete Sampras, em 1999, e no primeiro, em 22 anos, a conseguir a “dobradinha”. Na final de singulares, o espanhol venceu o francês Gilles Simon (38.º), de 34 anos, por 6-2, 6-7 (4/7) e 7-6 (7/2). “Pensei que o melhor momento da minha carreira tinha sido em 2017, quando ergui este troféu, mas não, é agora”, confessou López (113.º), após o sétimo título da carreira, quarto em relva.

Minutos depois, o espanhol voltou ao court acompanhado por Andy Murray para a final de pares, vencendo Joe Salisbury e Rajeev Ram, no match tie-break: 7-6 (8/6), 5-7 e 10-5. Para Murray, que regressou à competição cinco meses após uma segunda cirurgia à anca, este foi o primeiro título desde Março de 2017.

Esta semana, o ATP Tour mantém-se na Grã-Bretanha (Eastbourne), mas também passa pela Turquia. Na relva de Antalya, João Sousa (71.º) foi afastado na primeira ronda, pelo italiano Lorenzo Sonego (74.º), que se impôs, por 6-3, 7-6 (11/9). No encontro em que se registou apenas um break, Sousa liderou o tie-break, por 5/2, dispôs de três set-points e salvou match-points a 5/6, 7/8, 9/10, mas não evitou o quarto.

Em bom plano esteve Pedro Sousa (122.º) que, em Blois, somou o sexto título. Na primeira final no Challenger Tour desde Outubro, o número dois português derrotou o belga Kimmer Coppejans (165.º), por 4-6, 6-3 e 7-6 (7/4), e, ao subir 16 lugares, vai ficar perto de reentrar no top 100.

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