A livre circulação nas canções mexicanas de Lila Downs

Al Chile é o álbum em que a cantora partiu à procura das bandas de metais mexicanas e ergueu o seu conjunto de temas mais livre dos últimos anos. E em que a imigração e as políticas de Trump não são esquecidas.

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Marcela Taboada

O nome engana. Lê-se Al Chile, título do novo álbum da cantora mexicana Lila Downs, e pensa-se – talvez ingenuamente – que se trata de uma qualquer homenagem ao Chile, à sua música e às suas gentes. Não custaria de resto a acreditar que, em tempos tão agitados e a necessitar tanto de que a música não negue a sua vocação de arma de resistência, Al Chile pudesse aludir a esses dois nomes fundamentais na luta contra a exploração e a opressão da classe trabalhadora e em firme oposição à ditadura de Augusto Pinochet que foram Violeta Parra e Victor Jara. É verdade que não faltam contextos políticos a Al Chile, mas este “chile” é, por um lado, o dos pimentos mexicanos, que para a cantora são sinónimos de um prazer que é também dor; “al chile” designa, por outro lado, os conjuntos de sopros mexicanos de uma região mexicana que seguem uma linha tradicional mas que acolhem também a improvisação na sua expressão – como se essa espontaneidade fosse, afinal, a condimentação do momento. E pode ainda significar “dizer as coisas de uma forma directa”.

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