Lila Downs e Nneka no Casino

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A segunda edição do Sky Fest, no Casino Lisboa, apresenta um cartaz que é, em número, menos ambicioso do que o primeiro. O primeiro decorreu entre 7 e 13 de Abril de 2008, este arrancou ontem e termina domingo. Contudo, não nos podemos queixar da "magreza" quando os nomes apresentados incluem Lila Downs ou Nneka - e, pelo meio, o funk e a soul de odores jamaicanos dos Dynamics.

Depois de ter arrancado ontem, com a actuação de Edson Cordeiro, acompanhado pelos Klazz Brothers, hoje é noite de Nneka, mulher que é música e activista, que nasceu na Nigéria e vive actualmente na Alemanha. Na sua música, a dinâmica e a verve acusadora do hip-hop conjugam-se com o highlife e o afro-beat nigerianos, com o ritmo libertador reggae e o tom confessional de uma cantautora. Habitualmente comparada a Lauryn Hill, pela postura e pela entrega vocal, surge no Sky Fest ainda em apresentação de "Victim Of Truth", o seu último álbum, editado em Novembro.

Sábado, por sua vez, será a vez dos Dynamics. Sedeados em Lyon, são formados por dois franceses, um inglês, um americano e uma camaronesa. O propósito da banda é simples: restabelecer a ponte entre a soul e o funk americanos e o reggae e o dub jamaicanos, conjugando produções do presente com sons vintage. O resultado pode ser, por exemplo, um "Seven nation army" onde o rock'n'roll dá lugar a outro tipo de bamboleio.

No encerramento, Lila Downs, mexicana andarilha, cantora de rancheras abertas ao país mais a norte, que há nelas farrapos de jazz e espírito blues - tinha de ser, que o pai é americano e ela passou a adolescência nos Estados Unidos.

Profundamente ligada às suas raízes mexicanas, que expõe em voz e estética, Lila Downs tem em "Ojo de Culebra" o seu último álbum. Feito de colaborações com músicos tão diversos quanto a veterana cantora argentina Mercedes Sosa ou o rocker espanhol Enrique Bunbury, dos Heroes del Silencio, é pontuado por versões de "Black magic woman", dos Fleetwood Mac (popularizado pelos Santana), "I envy the wind", de Lucinda Williams, ou "I would never", dos Blue Nile.

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