Viviani vence a 3.ª etapa do Giro, mas “VAR” dá a vitória a Gaviria

O desfecho da terceira etapa não trouxe alterações na liderança da prova, com Primoz Roglic a seguir vestido de rosa.

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O sprint final na terceira etapa. DR

Fernando Gaviria (Emirates) venceu a terceira etapa da Volta à Itália. Nesta segunda-feira, o ciclista colombiano até foi batido na meta por Elia Viviani, mas a desclassificação posterior do italiano, por sprint irregular, coroou Gaviria, seguido do francês Arnaud Démare (FDJ) e do alemão Pascal Ackermann (BORA).

Na chegada à cidade de Orbetello, na costa oeste de Itália, o desfecho da etapa não trouxe alterações na liderança da prova, com Primoz Roglic a seguir vestido de rosa.

A etapa partiu de Vinci, cidade perto da qual nasceu Leonardo da Vinci, mas o estímulo do génio italiano começou por não inspirar muita gente. Foram mais de 150 quilómetros de autêntico “sono” para quase todos os ciclistas, à excepção de Sho Hatsuyama (Vini Fantini), japonês que se encheu de coragem no primeiro quilómetro, lançando-se numa empreitada solitária para a fuga do dia.

O japonês, com uma carreira parca em vitórias, até chegou a ter sete minutos de vantagem para o pelotão, mas acabou por perceber que também não seria este o seu dia da glória pessoal.

Após um trabalho da Lotto Soudal – curiosamente, foi Thomas de Gendt, o “mestre das fugas”, a trabalhar para apanhar o fugitivo –, a vantagem caiu para dois minutos e, com ajuda da Trek, foi anulada.

O trabalho da Trek acabou por ser surpreendente, dado que a equipa não tem na fileira nenhum dos principais sprinters em prova. Certo é que, de repente, a Trek aumentou o ritmo no pelotão, apanhou Hatsuyama e, a partir daí, voltou o “sono” à etapa.

Os últimos 50 quilómetros trouxeram muito vento cruzado, que poderia desencadear ataques que provocassem cortes no pelotão, mas ninguém se aventurou.

A chegada a Orbetello prometia problemas e nervosismo na frente – sprinters a querer vencer e “homens da geral” a querer evitar que o vento fizesse cortes no grupo –, e houve mesmo uma queda no pelotão, a 4,5 quilómetros da meta (fora dos últimos três, que dão direito a que não haja penalizações em tempo).

E foi já com um pelotão reduzido a cerca de metade, que Viviani (até estava mal colocado a 500 metros do final) acabou por recuperar terreno e bater Gaviria e Démare. Seria a sexta vitória de Viviani no Giro, caso a revisão das imagens não desclassificasse o ciclista “da casa”, por sprint irregular - mudou de direcção, influindo no sprint de Moschetti (Trek).

Nesta terça-feira, haverá uma quarta tirada entre Orbetello e Frascati, num percurso que traz várias possibilidades para o final. Os últimos 2,5 quilómetros têm algumas dificuldades – chegam a ter 7% de inclinação –, pelo que os sprinters deverão estar afastados da luta final.

Deverá haver, portanto, espaço para uma fuga ter sucesso – as equipas dos sprinters pouco trabalharão para apanhar eventuais fugitivos –, mas poderá dar-se o caso de uma chegada em pelotão compacto “espicaçar” bons finalizadores como Ulissi, Gallopin, Battaglin, Jungels ou até Fernando Gaviria e Caleb Ewan – os mais versáteis dos sprinters.

Também um ataque tardio, dentro dos últimos cinco quilómetros (até por parte de um homem da geral, de olho nas bonificações), é uma possibilidade. Etapa aberta, nesta terça-feira.

Notícia actualizada às 17h08, com a mudança no vencedor da etapa.

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