Manchester City ficou com a Premier League

Equipa de Pep Guardiola segurou vantagem de um ponto em relação ao Liverpool com triunfo sobre o Brighton e conquistou o sexto título da história do clube.

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Foi uma maratona decidida ao “sprint”. No último dia da Premier league, o Manchester City sagrou-se campeão inglês pela sexta vez na sua história (e pela segunda época consecutiva) graças a um triunfo por 1-4 em casa do Brighton & Hove Albion, de nada valendo ao Liverpool o triunfo em casa (2-0) sobre o Wolverhampton. A equipa de Pep Guardiola levava para a última jornada uma vantagem mínima de apenas um ponto sobre os “reds” e conseguiu segurá-la até ao fim naquele que foi um dos mais disputados campeonatos dos últimos tempos. Foram 98 pontos para o City, 97 para o Liverpool, uma pontuação que daria para ser campeão quase sempre, menos nesta época e na anterior, em que os “citizens” chegaram aos 100 pontos.

Esta última batalha entre City e Liverpool disputava-se à distância, em Anfield, no norte de Inglaterra, e em Brighton, cidade estival do sul. No palco onde poucos dias antes tinha goleado o Barcelona para um épico apuramento na Champions, o Liverpool colocou-se em vantagem no jogo e na luta pelo título aos 17’, com Sadio Mané a bater Rui Patrício, um dos três portugueses titulares dos “Wolves” de Nuno Espírito Santo – Rúben Neves e João Moutinho estiveram no “onze”.

Os adeptos” do Liverpool voltaram a festejar dez minutos, não por algo que se tivesse passado em Anfield, mas pelo que tinha acontecido em Brighton. A equipa da casa colocava-se em vantagem, num cabeceamento certeiro de Glenn Murray após canto, num lance com muitas culpas para o guarda-redes Éderson Moraes. Este era um golo que deixava o City ainda mais longe de renovar o título, mas acabou por ser o estímulo que a equipa de Guardiola precisava para ultrapassar o último obstáculo. E exactamente 82 segundos depois do golo sofrido, Sergio Aguero fez o empate, numa jogada que começou em Laporte e passou pelo calcanhar de Bernardo Silva. E aos 38’, foi o central francês do City a concretizar a reviravolta com um certeiro golpe de cabeça.

A partir daqui, já não houve troca de posições na tabela. O City elevou a vitória à classificação de goleada, com golos de Mahrez (63’) e Gundogan (72’), enquanto a equipa de Jurgen Klopp, que não controlava o seu próprio destino, limitou-se a confirmar o triunfo a fechar a época com mais um golo de Mané aos 81’.

Regularidade a fechar a época

O Manchester City deve este título de campeão a uma ponta final absolutamente impressionante. Depois de ter perdido em Newcastle, os “citizens” arrancaram para uma série de 14 vitórias consecutivas, enquanto o Liverpool, no mesmo período, foi penalizado com três empates, ficando mais uma vez sem quebrar o jejum de títulos de campeão que já dura desde 1990 - mas tem a boa consolação (a melhor possível, na verdade) de ir disputar a final da Liga dos Campeões. Nem todas estas vitórias foram espectaculares, muitas delas arrancadas a ferros – três dos últimos cinco triunfos foram por 1-0, incluindo o triunfo obtido na semana anterior em Leicester graças a um magnífico pontapé de Kompany.

“Foi, de longe, o título mais difícil da minha carreira. É preciso dar os parabéns ao Liverpool e agradecer-lhes, porque obrigaram-nos a subir o nível. É inacreditável conseguir 198 pontos em duas épocas. Para sermos campeões, tivemos de ganhar 14 jogos seguidos, sabíamos que não podíamos perder nenhum ponto nos últimos três meses”, confessou Guardiola, que passou a ter 26 títulos no currículo entre os três clubes que já treinou na sua ainda relativamente curta carreira (ultrapassou os 25 de Mourinho), sendo que foi campeão nacional nove vezes em 11 possíveis – um título no Barcelona B, três títulos no Barcelona, três no Bayern e dois no City. O City de Pep pode ainda fazer mais história esta época no futebol inglês. Se ganhar a final da Taça de Inglaterra no próximo fim-de-semana frente ao Watford, será a primeira equipa inglesa a fazer a “tripla” dos títulos internos (as duas taças e a liga).

Não foi só Pep a celebrar o bicampeonato. O seu City foi muitas vezes alimentado pela arte de Bernardo Silva, que se estabeleceu como uma das “estrelas” da equipa, ao ponto de ter estado na corrida para jogador do ano – acabaria por perder a votação para Virgil van Dijk, do Liverpool. O esquerdino português teve uma fantástica segunda época na formação de Manchester, com 13 golos em 50 jogos, e foi decisivo para o título, mas chegou a dá-lo quase como perdido depois da derrota em Newcastle. “Mas, depois, ganhámos 14 seguidos. Ficámos frustrados com a Liga dos Campeões, mas é natural”, admitiu Bernardo.

Palavra ainda ao lado “vermelho” desta luta que durou até ao último dia. Ao contrário do que acontecera a meio da semana com o Barcelona, o Liverpool não teve o seu milagre, fechado a época como um dos melhores perdedores de sempre do futebol europeu (sofreu apenas uma derrota na Premier League), mas com uma enorme evolução em relação à época passada, em que ficou em quarto, a 25 pontos do City. “Não podíamos ter feito mais. Quando o nosso adversário é o City, é difícil. Eles não se conseguiram livrar de nós e nós não nos conseguimos livrar deles. Melhorámos muito em relação à última época e já disse aos rapazes que, se fizermos o mesmo, vai ser uma época do caraças”, reforçou Jurgen Klopp.

Fim penoso para o United

Se a metade azul de Manchester está a celebrar, a metade vermelha está em depressão. O United fechou a época com mais uma derrota, desta vez por 0-2 em Old Trafford frente ao já despromovido Cardiff City. Foi, aliás, um final penoso de temporada para os “red devils”, que tiveram três derrotas e dois empates nos últimos cinco jogos da Premier League e terminaram em sexto lugar, fora dos lugares de apuramento para a Champions e condenados a jogar as pré-eliminatórias da Liga Europa.

Para além de City e Liverpool, os restantes lugares de Champions foram para Chelsea e Tottenham, que empataram, respectivamente, com Leicester City (0-0) e Everton (2-2). O Arsenal, vitorioso (1-3) no terreno do Burnley, ainda pode chegar à Champions, se bater o seu rival londrino Chelsea na final da Liga Europa em Bacu.

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