Alguém tirou o tapete a Rui Rio e não foi o Governo

Como foi possível, em primeiro lugar, ao PSD dar um monumental tiro no pé? Como foi possível, em segundo lugar, à esquerda radical pôr em causa uma eventual continuação da geringonça depois das legislativas?

1. A questão não é apenas o espanto: como foi possível? É também por que é que foi possível. Como foi possível, em primeiro lugar, ao PSD dar um monumental tiro no pé? Como foi possível, em segundo lugar, à esquerda radical pôr em causa uma eventual continuação da “geringonça” depois das legislativas? Aparentemente nada disto tem lógica, sobretudo perante uma reivindicação encabeçada pela figura que vence por longevidade e demagogia o concurso da irresponsabilidade sindical (e política) nacional — Mário Nogueira. Não se tratava de uma exigência social de primeira necessidade (os professores em Portugal, e em ppc, estão na média dos vencimentos da União Europeia, ainda que, infelizmente, não estejam na média dos resultados obtidos pelos alunos), nem de colmatar uma profunda injustiça social — que as há. Eleitoralmente, pode parecer tentador agradar aos professores, que são muitos, mesmo que desagradando aos outros funcionários públicos. Mas é só a primeira impressão, porque, na sua maioria, o mais provável é que não mudem o seu voto nas legislativas por causa desta súbita “generosidade” que tocou o coração da direita e da esquerda radical.

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1. A questão não é apenas o espanto: como foi possível? É também por que é que foi possível. Como foi possível, em primeiro lugar, ao PSD dar um monumental tiro no pé? Como foi possível, em segundo lugar, à esquerda radical pôr em causa uma eventual continuação da “geringonça” depois das legislativas? Aparentemente nada disto tem lógica, sobretudo perante uma reivindicação encabeçada pela figura que vence por longevidade e demagogia o concurso da irresponsabilidade sindical (e política) nacional — Mário Nogueira. Não se tratava de uma exigência social de primeira necessidade (os professores em Portugal, e em ppc, estão na média dos vencimentos da União Europeia, ainda que, infelizmente, não estejam na média dos resultados obtidos pelos alunos), nem de colmatar uma profunda injustiça social — que as há. Eleitoralmente, pode parecer tentador agradar aos professores, que são muitos, mesmo que desagradando aos outros funcionários públicos. Mas é só a primeira impressão, porque, na sua maioria, o mais provável é que não mudem o seu voto nas legislativas por causa desta súbita “generosidade” que tocou o coração da direita e da esquerda radical.