O “Keizerball” vingou-se do seu primeiro destruidor

Sporting consolidou o terceiro lugar com triunfo sólido em Alvalade, sobre o V. Guimarães. O brasileiro Raphinha marcou e assistiu frente à antiga equipa, num jogo com vários remates aos ferros

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Raphinha fez uma grande exibição frente à sua antiga equipa LUSA/JOSE SENA GOULAO

Há pouco mais de quatro meses, o Sporting era uma equipa a viver o sonho do futebol ofensivo. Eram os primeiros tempos de Marcel Keizer e das vitórias com goleadas sucessivas. Essa primeira versão do “Keizerball” travou (ou melhor, foi travada) a fundo em Guimarães e teria, nos dois meses seguintes, muitas dificuldades em voltar a arrancar. Mas o Sporting e o seu técnico holandês tiveram a sua vingança, triunfando em Alvalade sobre o Vitória minhoto por 2-0, em jogo da 31.ª jornada. É um triunfo que reforça o terceiro lugar dos “leões” e que deixa os vimaranenses praticamente de fora da luta pelo quinto lugar.

A verdade é que este Sporting que está a fechar a época está ao nível dos melhores tempos com Jorge Jesus. Incluindo o jogo da Taça com o Benfica, já vai em nove vitórias seguidas (igual à melhor série com JJ), para além de ter conquistado 31 dos últimos 33 pontos no campeonato. É uma equipa que está no seu melhor momento e não é apenas porque ganha consecutivamente — mas ajuda ter apenas um jogo por semana. Pode ser menos vistosa, mas é mais sólida, controla mais e sofre menos. E porque tem o melhor jogador do campeonato (Bruno Fernandes), um “onze” mais apurado e menos rotativo e uma alternativa credível para marcar golos (Luiz Phellype). Mas ontem também teve um jovem extremo desejoso de mostrar serviço à sua antiga equipa, chamado Raphinha.

Fazendo a comparação com o que se passou no D. Afonso Henriques, em Dezembro do ano passado, aconteceu uma inversão de papéis em Alvalade. O Sporting pareceu sempre no controlo, o Vitória sempre à procura de algum controlo. Houve um primeiro momento de aproximação minhota à baliza de Renan aos 15’, em que Ola John colocou a bola ao alcance de Davidson, mas o brasileiro não fez o que devia ter feito e o lance perdeu-se. Foi o melhor que o Vitória fez na primeira parte. 

Logo a seguir, o Sporting iria começar o seu duelo com os ferros da baliza de Miguel Silva e com o próprio guarda-redes do Vitória: Diaby ao lado aos 16’, Raphinha à trave aos 20’, Bruno Fernandes ao poste aos 20’, Mathieu aos 30’ e Raphinha aos 32’, ambos negados por Miguel Silva, Luiz Phellype ao poste aos 32’, Diaby parado por Miguel Silva aos 35’. Foram sete jogadas perigosas que não tiveram correspondência no marcador. O empate sem golos não fazia justiça ao volume ofensivo dos “leões”.

Só aos 39’ é que os anfitriões se colocaram na frente. Bruno Fernandes lançou Raphinha em profundidade, o extremo não conseguiu atirar à primeira, mas aproximou-se da linha de fundo e fez um remate de recurso, com êxito. Este foi um golo muito contestado pelos vimaranenses, que reclamaram uma irregularidade num lance anterior junto à área do Sporting, uma falta de Acuña sobre Rochinha. A falta do argentino sobre o jogador vitoriano parece existir, mas também parece ser fora da área. Foi um erro de avaliação do árbitro Rui Costa que foi altamente criticado pelos vimaranenses e que “obrigou” o árbitro a expulsar vários elementos da equipa técnica liderada por Luís Castro.

Na segunda parte, o Sporting voltou a entrar bem e, aos 51’, chegou ao 2-0. Raphinha fez o que quis de Florent no flanco direito e colocou a bola para Luiz Phellype assinar o 2-0, naquele que foi o  sexto golo do antigo avançado do Paços de Ferreira desde que chegou a Alvalade. Era um golo que já dava outra margem de manobra ao Sporting para gerir a sua exibição sem sobressaltos numa tarde de sol que levou mais de 40 mil adeptos a Alvalade. E o que viram foi uma equipa saudável para enfrentar o que resta da época e que ainda é bastante: três jogos num campeonato em que os dois primeiros lugares ainda não estão fechados e uma final que pode dar um título.

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