Veterinários e inspectores sanitários ameaçam com novas acções de luta

Os veterinários e inspectores sanitários estiveram em greve nacional durante cinco dias, mantendo-se a greve ao trabalho extraordinário “com grandes possibilidades de se prolongar durante o resto do ano”, avisa o sindicato.

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O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, durante a visita a um matadouro LUSA/NUNO VEIGA (arquivo)

O sindicato que representa os veterinários e inspectores sanitários da Direcção-Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV) ameaçou neste domingo avançar com novas “e mais prolongadas” acções de luta, “que podem determinar a falta de carne fresca no mercado nacional”.

Os veterinários e inspectores sanitários estiveram em greve nacional durante cinco dias, de terça-feira a sábado, mantendo-se a greve ao trabalho extraordinário e suplementar até 31 de Julho e “com grandes possibilidades de se prolongar durante o resto do ano”, avisa o sindicato.

A adesão à greve de cinco dias convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN) “foi particularmente significativa na região sul (Lisboa) tendo aderido, no país todo, cerca de 50% do pessoal inspectivo”, com impacto nos matadouros, que nalguns casos encerraram e noutros funcionaram a “meio gás”, disseram à Lusa os delegados sindicais Graça Martins e Juan Pisano.

Já a greve ao trabalho extraordinário e suplementar deverá afectar os matadouros no feriado de 25 de Abril, próxima quinta-feira, estimando o sindicato que “não irá haver abate em praticamente nenhum matadouro de frangos da região de Viseu”, maior pólo avícola da Europa, segundo a mesma fonte.

O sindicato exige a criação da carreira especial inspectiva da DGAL, entre outras reivindicações, tendo o Governo agendado com a estrutura sindical uma reunião para terça-feira, dia 23.

“Caso no dia 23 o Governo não se comprometa a resolver as nossas reivindicações” poderão “vir novas e mais prolongadas acções de luta durante o ano de 2019, que podem determinar a falta de carne fresca no mercado nacional e internacional (no caso das exportações entretanto contratualizadas) assim como um eventual aumento do preço da carne fresca no mercado nacional (talhos, restauração) em resultado da diminuição da oferta de carne por motivo da redução dos abates nos matadouros portugueses”, avisam os delegados sindicais.

Além da criação da carreira especial inspectiva na DGAV, o sindicato exige “o fim da descentralização/municipalização das competências da DGAV, pela revogação imediata do Decreto-lei n.º 20/2019” e o “cumprimento na íntegra” do despacho relativo ao pagamento das ajudas de custo, deslocações em serviço externo e o subsídio de turno.

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