Manifesto apela a primárias em todos os partidos

Intitulado Eu quero escolher o meu deputado, documento defende que cidadãos devem poder escolher quem integra as listas de candidatos nas europeias e nas legislativas.

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Daniel Adrião no XXI Congresso do PS, em 2016 Nuno Ferreira Santos

A realização por todos os partidos de eleições primárias para que os cidadãos possam escolher quem são os candidatos que compõem as listas eleitorais às europeias e às legislativas é o objectivo do manifesto Eu quero escolher o meu deputado.

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A realização por todos os partidos de eleições primárias para que os cidadãos possam escolher quem são os candidatos que compõem as listas eleitorais às europeias e às legislativas é o objectivo do manifesto Eu quero escolher o meu deputado.

Assinado pelo politólogo André Freire, pelo dirigente do PS Daniel Adrião, pelo ex-presidente da Câmara do Porto​ Nuno Cardoso e pelos ex-deputados do PS Ricardo Gonçalves e Helena Terra, entre outros, o documento defende ainda “uma profunda reforma” do sistema eleitoral, que contemple “a existência de círculos uninominais”, previstos na Constituição. Ou que sejam adoptados, “em alternativa, os círculos plurinominais com listas abertas e voto preferencial”.

Lembrando que nas “legislativas de 2015, votaram 56%” de eleitores, os signatários frisam que, se à abstenção se somarem os votos em branco e os nulos, “os deputados que se sentam hoje na Assembleia da República representam menos de metade dos eleitores do país”. Sublinham ainda que nas últimas europeias a abstenção foi de 66%, a maior da democracia.

O manifesto afirma que “o divórcio crescente entre os cidadãos e as instituições está a minar os alicerces dos sistemas democráticos em muitos países”, abrindo “caminho ao surgimento de movimentos e partidos populistas e extremistas, que constituem uma séria ameaça aos regimes demo-liberais”. E alerta: “A classe política portuguesa, sem disso se querer dar conta, está sentada em cima de um barril de pólvora.”

São ainda promotores do manifesto Filipe Vasconcelos Romão, politólogo; João Paulo Batalha, presidente da Associação Transparência e Integridade; Fernando Jorge Fernandes, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais;, Filipe do Paulo, presidente da Pró-Ordem dos Professores; José Ribeiro, ex-presidente da câmara e presidente da Assembleia Municipal de Fafe; Joaquim Rosa do Céu, ex-presidente da Câmara de Alpiarça e ex-deputado do PS; Jorge Máximo, ex-vereador do PS na Câmara de Lisboa; e Manuela Vieira, ex-vereadora do PS na Câmara do Porto.

Recorde-se que já existe um partido português que escolhe os seus candidatos para todas as eleições através do método de primárias: o Livre.