Governo vai identificar necessidades dos agricultores, mas não se compromete com apoios

Agricultores têm até 15 de Maio para preencher formulário onde identificam necessidades de investimento relacionadas com equipamentos de captação, transporte e armazenamento de água e para abeberamento de gado.

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Rui Gaudencio

O Governo vai fazer o levantamento das necessidades de investimento dos agricultores em equipamentos destinados à captação, transporte e armazenamento de água e ao abeberamento do gado, “tendo em conta as condições climatéricas verificadas em Portugal continental e a provável evolução para uma situação de seca agro-meteorológica e hidrológica”. A informação foi divulgada nesta quinta-feira através de um comunicado emitido pelo Ministério da Agricultura.

Ao PÚBLICO, fonte deste ministério diz que é “prematuro” falar nos apoios aos agricultores que resultarão deste levantamento antes de saber quais as suas necessidades reais. 

Para avaliar estas necessidades, o ministério “disponibilizou, através das direcções regionais de Agricultura e Pescas (DRAP), um formulário de identificação de necessidades, a preencher pelos agricultores" até dia 15 de Maio, lê-se no documento.

Por sua vez, as DRAP têm entre os dias 15 e 30 de cada mês de disponibilizar informação sobre a evolução da situação de seca nas respectivas regiões. A informação em causa deverá “caracterizar a actual situação e a evolução dos recursos hídricos privados, das pastagens e forragens, culturas permanentes e temporárias”, explica o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. A informação foi transmitida através de um despacho interno. 

Esta medida insere-se no âmbito da actividade da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, que acompanha “o impacto da situação da seca no terreno, em cada momento”. 

Na última reunião desta comissão, a 20 de Março, foi anunciada a pré-contratação de camiões-cisterna para responder à eventual necessidade de abastecer aglomerados urbanos que estão dependentes de captações subterrâneas. Por sua vez, o ministro do Ambiente comunicou a abertura de novas ligações de abastecimento de água no Alentejo, que permitirão levar água da barragem de Alqueva para outras da região, com o objectivo de depositar a água em zonas do território alentejano onde a seca é mais preocupante. A promoção do aumento da utilização das águas residuais tratadas em actividades como a rega, através de um quadro legislativo que o permite, foi outra das novidades deixadas. 

No final desse encontro, Capoulas Santos referiu que 2019 está a ser “anormalmente seco e quente”, mas sublinhou que ainda é possível “garantir a normalidade do ano agrícola” na maior parte do país. A próxima reunião da comissão está marcada para 30 de Abril.

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