Juíza volta a absolver Carrilho de violência doméstica

Trata-se de uma segunda absolvição, após o Tribunal da Relação de Lisboa ter mandado a juíza de primeira instância Joana Ferrer repetir um pequeno excerto do julgamento.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho voltou a ser absolvido do crime de violência doméstica durante os anos em que esteve casado com a apresentadora Bárbara Guimarães.

Trata-se de uma segunda absolvição, após o Tribunal da Relação de Lisboa ter mandado a juíza de primeira instância Joana Ferrer repetir um pequeno excerto do julgamento, relativo a uma alegada ameaça de morte que o arguido teria feito à vítima em 2013, nas escadas de acesso ao sótão da casa moravam.

Antes desta repetição o ex-embaixador de Portugal na UNESCO já tinha sido condenado pelo mesmo crime, mas relativamente a agressões perpetradas contra Bárbara Guimarães já após a separação do casal.

A juíza Joana Ferrer voltou a julgar o episódio do sótão, mas por causa de um lapso do Ministério Público interrogou o arguido sobre uma data que não terá sido aquela em que a ameaça efectivamente terá ocorrido. Mais tarde explicou que para o inquirir sobre o dia certo terá de ser autorizada nesse sentido pelo Tribunal da Relação.

A magistrada também voltou a repetir as suas dúvidas relativamente ao relato que Bárbara Guimarães fez sobre o que dizer ter acontecido. Segundo Bárbara Guimarães, nesse dia de Outubro o seu então marido agarrou-a e disse-lhe, do cimo das escadas que davam acesso ao sótão da residência do casal: “Estás a ver estas escadas? Vais por aqui abaixo, bates na estátua que o teu pai te deu e eu e os teus filhos vamos todos rezar por ti no teu funeral e acaba-se tudo de uma vez”. O arguido sempre negou tudo.

Mas só com o julgamento já a decorrer ela veio mencionar este episódio a que nunca tinha aludido antes, na fase de inquérito do processo: “Um episódio com estes contornos extremos, com este potencial de perigo, a ter tido existência real, teria obrigatoriamente de ficar gravado na sua memória e ser, prontamente, comunicado ao Ministério Público”, disse a magistrada judicial. Mas há ainda outro problema, acrescenta: nem o pai de Bárbara Guimarães se recorda de haver uma escultura sua nas ditas escadas.

Neste caso também estava em causa um crime de difamação, tendo Carrilho sido condenado a uma multa de 900 euros.

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