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No centro histórico de Coimbra, a “arquitectura vive do ambiente”
Entre as casas coloridas da Rua do Loureiro, em Coimbra, há uma fachada pintada de fresco. No centro histórico da cidade, o tom rosa caracteriza o prédio Loureiro 59. A cor branca do interior, o predomínio da madeira reutilizada e a decoração e organização "práticas" propõem renovar um espaço outrora "claustrofóbico"; o edifício agora reabilitado destina-se a alojamento local.
Em conversa com o P3, José Pedro Lima, arquitecto formado na Universidade de Coimbra e um dos intervenientes nesta obra — assinada pela arquitecta Cláudia Ascenso — revelou que uma das principais preocupações era aproveitar ao máximo a área de um "lote muito estreito e comprido". A valorização da luz natural influenciou a escolha da cor interior e do tipo de piso. A clarabóia e as janelas do prédio foram complementadas pelo "soalho e pelo branco que reflectem a luz".
"Manter os sistemas construtivos que existiam" no edifício também foi preocupação do arquitecto, que quis ser práctico e valorizar os materiais preexistentes: "são antigos, são bons e facilmente versáteis". Nesta linha de raciocínio "pragmática", tijolos, madeiras, entre outras estruturas, foram reaproveitados, principalmente para decoração das paredes e mobiliário.
Vários dos elementos da estrutura base do prédio mantiveram-se intactos, como a fachada, caixilhos das janelas ou as vigas de madeira dos quartos. Para José Pedro Lima, estes projectos de reabilitação devem preservar a identidade local ao "respeitar o ambiente do centro histórico". "A arquitectura vive de ambientes e é preciso transpor esses ambientes para dentro das obras", concluiu.
Texto actualizado e corrigido às 11h05 de 13 de Março de 2019: a autoria do projecto de arquitectura estava erradamente atribuída a José Pedro Lima — que a assumiu indevidamente perante o P3 — e não a Cláudia Ascenso.