Suspeito de esfaquear médico na urgência de Peniche fica em liberdade

Administradora do hospital referiu que se trata de um doente com "patologia psiquiátrica".

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O homem que, nesta segunda-feira, esfaqueou um médico dentro da urgência do hospital de Peniche ficou em liberdade depois de ter sido presente, nesta terça-feira, a um primeiro interrogatório no tribunal daquela cidade do distrito de Leiria, disse fonte da PSP. A mesma fonte indicou que o suspeito foi constituído arguido e foi-lhe aplicada a medida de coacção de termo de identidade e residência.

Segundo a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste, Elsa Banza, nesta segunda-feira, quando o suspeito ia para uma consulta na urgência viu o médico-cirurgião, de 60 anos, na sala de pequenas cirurgias e desferiu-lhe "três facadas na zona das nádegas". O crime "não foi no âmbito de uma consulta àquele doente", esclareceu.

O médico foi transportado "com ferimentos superficiais" para a urgência das Caldas da Rainha, onde se encontra internado, mas encontra-se "estável e não está em risco de vida".

O Centro Hospitalar do Oeste comunicou o crime à PSP, que deteve o suspeito ainda nas instalações hospitalares. Segundo a administradora, trata-se de um doente com "patologia psiquiátrica" que recorre com frequência ao hospital de Peniche, onde conhece os profissionais de saúde e as instalações.

A Ordem dos Médicos lamentou a agressão, considerando que "este caso é o espelho da grave situação de insegurança que se vive no SNS e de um clima de conflitualidade institucional que, infelizmente, é alimentado pela própria tutela e que não dignifica nem beneficia ninguém".

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul manifestou solidariedade para com o cirurgião, referindo que "a violência e a intimidação sobre médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão são inadmissíveis" e que "as administrações devem ser responsabilizadas pela segurança dos profissionais nos locais de trabalho".

A administradora do CHO afastou qualquer hipótese de falta de segurança naquela unidade hospitalar. O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e de Peniche.

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