OGMA responsável pelas modificações nos C-130

Empreitadas nestes aviões estão avaliadas em cerca de 22 milhões de euros.

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Largada de paraquedistas a partir de um C-130 Reuters/UMIT BEKTAS

A Indústria Aeronáutica de Portugal (OGMA) é a empresa responsável pelo programa de modificação dos sistemas aviónicos de quatro aeronaves C-130 da Força Aérea Portuguesa (FAP), foi anunciado esta terça-feira. De acordo com a empresa, o processo envolve “a substituição quase integral dos sistemas de comunicação, navegação, controlo de voo e instrumentos”.

Esta modificação “colocará os C-130 da FAP ao nível dos mais recentes requisitos aeronáuticos CNS/ATM. O programa irá ser concretizado ao longo de dois anos, iniciando-se a modificação da primeira aeronave em 2019”, afirma, em comunicado, a OGMA.

A empresa irá, assim, executar o projecto de integração de todos os sistemas da aeronave, fabricar os componentes estruturais e cablagens para a “instalação dos equipamentos”, bem como realizar “a modificação das aeronaves, efectuar a certificação do projecto face aos requisitos da Autoridade Aeronáutica Nacional Militar e a qualificação do mesmo face aos requisitos operacionais e logísticos da FAP”.

Adicionalmente, a OGMA vai ficar encarregada da “actualização das publicações técnicas de operação e manutenção da aeronave, fornecendo treino operacional às tripulações de voo e treino de manutenção a técnicos da FAP”. Criada em 1918, a empresa faz também a manutenção de C-130 para as forças aéreas de vários países, nomeadamente, na Europa, África e Ásia.

Em Abril de 2018, o projecto inicial de modernização das aeronaves de transporte da FAP foi cancelado, tendo sido também anunciado que a frota seria antes alvo de modificações e manutenção até os KC-390, que os vão substituir, estarem operacionais. Na altura, um despacho publicado no Diário da República cancelou o projecto de modernização das aeronaves C-130 tal como fora definido num despacho de 2016, que previa um investimento de 29 milhões de euros.

Face ao início das negociações para a aquisição de cinco aeronaves KC-390 para substituir os C-130, autorizadas em Junho de 2017, o Governo optou por cancelar o projecto inicial e transferir as verbas para “garantir a sustentação” dos C-130 “até ser atingida a capacidade operacional final do KC-390”. O despacho em causa estipulou ainda o aproveitamento do “co-financiamento europeu” para a modificação dos sistemas internos dos C-130 e dos três aviões Falcon 50 para os adaptar com sistemas mais precisos face aos requisitos europeus criados devido ao aumento do tráfego aéreo na Europa.

A modificação dos C-130 deverá implicar um investimento no valor máximo de 19 milhões e 60 mil euros, prevê o despacho, que autorizou também 2,6 milhões de euros para a “sustentação da frota C-130” até ser atingida a capacidade operacional final do KC-390. Já a modificação dos sistemas dos aviões Falcon 50 custará, no máximo, 4,4 milhões de euros.

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