De carambola para nova goleada a caminho do clássico

Desp. Chaves retardou 19 minutos o golo do Benfica, que resolveu a questão na primeira parte. “Águias” ganharam tempo para preparar a viagem ao Dragão e promoveram a estreia de Jota.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Benfica não vacilou na antecâmara da viagem ao Dragão, repondo com natural autoridade a diferença de um ponto para o líder FC Porto no topo da Liga. No processo, goleou um Desp. Chaves hermético (4-0), a explorar a velocidade e técnica de Luther Singh e a imprevisibilidade de Rúben Macedo, a quem pertenceram os três raros remates à baliza de Vlachodimos.

Esses primeiros 16 minutos foram os únicos em que os transmontanos se mostraram minimamente seguros, permitindo apenas um aviso de Rafa que António Filipe anotou antes de ser traído pela desastrada carambola entre Campi e Maras, bem aproveitada por Rafa (19’) para assinar o 12.º golo da época e oitavo no campeonato, igualando o registo de 2015-16, em Braga, mas com menos 20 partidas disputadas.

Quebrada a tenaz resistência flaviense, que destacou Platiny para uma missão inglória, acantonando-se no meio-campo defensivo com o habitual 4x1x4x1, parecia evidente tratar-se de mera questão de minutos até surgir a confirmação do domínio benfiquista, que acabou por não tardar. João Félix aproveitou uma desmarcação de Seferovic para testar os reflexos de António Filipe antes de assinar o décimo golo da temporada e oitavo na Liga.

Para a defesa benfiquista, com Samaris a vestir a pele de central e a surgir ao lado de Rúben Dias, a noite era de absoluta quietude. O Desp. Chaves sentia cada vez mais dificuldades em ligar as jogadas, acabando refém da incapacidade para acompanhar as variações do jogo do rival... com Pizzi a mudar-se para a esquerda, onde Paulinho ia mantendo a compostura, enquanto Rafa passava a importunar Luís Martins, no corredor oposto.

Já em cima do intervalo, o goleador suíço desfez as dúvidas dos mais cépticos, arrancando do centro para a esquerda, a passe teleguiado de Gabriel, para assumir o comando da lista dos melhores marcadores do campeonato, com 15 golos, atingindo os 19 na presente época.

A goleada assumia as devidas proporções, embora o início da segunda parte tenha registado uma acentuada quebra de eficácia, com João Félix, que fechou o primeiro tempo a falhar nas barbas de António Filipe, a desperdiçar mais uma situação flagrante. Tão flagrante como o lance entre Luther Singh e Pizzi (65’) na área flaviense, em que o Benfica reclamou penálti, mas que Manuel Mota, após consultar o VAR, não atendeu.

O Desp. Chaves vivia só da inspiração do guarda-redes António Filipe, que negava a felicidade a Pizzi, mas nada pôde fazer perante a entrada em cena de Jonas, quando Bruno Lage já começara a gerir a viagem ao Dragão, promovendo, inclusive, a estreia de Jota na equipa principal.

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