Cartas ao director

Portugal e a máfia do futebol

Revestindo-se de indubitável importância a investigação e a denúncia da criminalidade que alastra infecciosamente no mundo sórdido do futebol – adulterando funestamente a verdade desportiva e competitiva – torna-se evidente que a ciclópica e temerária cruzada a que, ousadamente, se aventurou o jovem Rui Pinto merece, na realidade, os maiores apreço e incentivo de toda a gente que exige, pugna e paga por um jogo limpo, honesto, livre de corrupção, batota e vigarice. Ele presta, incontestavelmente, um relevante serviço de multinacional interesse público.

Ora, sendo precisamente a exposição pública de tão opaca e sinistra rede e da sua fraudulenta operacionalidade o confessado objectivo do Football Leaks – cujas documentadas revelações estão a suscitar óbvio interesse internacional e, mesmo,  o pedido de colaboração por parte de vários países europeus, como França, Alemanha e Suíça – não se compreende a tão absurda como intrigante prioridade da Justiça portuguesa na caça ao “malandro” do denunciador (a pretexto deste recorrer, nas suas pesquisas, a meios ilícitos), em vez de se concentrar primordial e fundamentalmente no que é realmente  essencial: a investigação e eventual punição dos suspeitos nacionais da prática dos crimes denunciados (algo a que, logicamente, os envolvidos se opõem…) – parecendo, no fundo, desinteressada na averiguação dos factos.

César Faustino, Cascais

Tecnologia e o Crédito

As principais instituições financeiras estão a utilizar algoritmos para melhorar a eficiência na atribuição de empréstimos. A maior precisão de análise aumenta a margem da concessão de crédito e distingue adequadamente os clientes que apresentam risco intermédio, definindo uma taxa de juro condizente, com a sua potencial performance. No entanto, estes softwares apresentam um ligeiro viés, discriminando os indivíduos, em função da raça e do estatuto socioeconómico. Neste caso, a tecnologia poderá aumentar a desigualdade no acesso ao crédito, com condições particularmente gravosas, para as classes mais desfavorecidas. Assim sendo, a entidade reguladora deveria estar atenta ao uso de tais ferramentas e evitar que surjam desequilíbrios injustificados, na atribuição de financiamento bancário. 

 João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

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