Vitória ajuda a reacender a chama do líder

FC Porto garante que vai terminar a jornada na frente do campeonato, aconteça o que acontecer. Danilo acabou por ser substituído na primeira parte, por lesão.

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LUSA/JOSÉ COELHO

No regresso a casa, o FC Porto voltou a saborear uma vitória decisiva para sacudir a pressão que se instalara na luta pela liderança da Liga, depois de ter visto a margem de manobra drasticamente reduzida. O V. Setúbal acabou por revelar-se presa fácil (2-0), mesmo que os números não traduzam as diferenças de valores e futebol esgrimidas em noite de algumas alterações nos “dragões”.

Sérgio Conceição sacrificou Pepe e recuperou a dupla de centrais original, com Militão a juntar-se a Felipe, deixando o corredor para a estreia de Wilson Manafá como titular e... à direita. Menos surpreendente foi a chamada de Adrián López à formação inicial, ficando Fernando Andrade de fora.

A ordem era para encurralar os sadinos, refugiados no respectivo meio-campo, sem grandes ilusões quanto à possibilidade de accionar o rápido trio de avançados, com Hildeberto, Mendy e Cádiz solidários com os companheiros. Pressionante, quase asfixiante, o FC Porto conseguia “matar” à nascença qualquer esboço de transição dos setubalenses, revelando ainda a serenidade necessária para esperar o momento certo de golpear.

Para que a estratégia surtisse o efeito desejado, Conceição autorizou a deslocação de Corona para a esquerda, o que acabou por revelar-se determinante no lance em que o mexicano combinou com Adrián López para vencer a oposição frágil de Cascardo e iniciar o movimento que Herrera concluiu com um oportuno golpe de cabeça.

Em termos práticos, acabava ali a resistência do Vitória, que continuaria confinado a um espaço delimitado pelos portistas, embora já sem o garrote aplicado no primeiro quarto de hora. A estratégia de Conceição seria, contudo, alterada por força da lesão de Danilo Pereira, vítima de uma das recorrentes entradas ríspidas, com Éber Bessa a arriscar a expulsão que haveria de chegar na segunda parte, na sequência de um segundo amarelo por simulação na área de Casillas.

Mas antes da exclusão do médio dos sadinos, no arranque da segunda parte, já o FC Porto se ajustava à visão de Óliver Torres, ganhando em precisão sem comprometer na pressão exercida sobre o adversário. Apesar do domínio absoluto, traduzido numa posse de bola que não permitia outro tipo de leitura, o FC Porto não criava oportunidades flagrantes, nem obrigava Cristiano a aplicar-se. Quadro que Sérgio Conceição tentou alterar na segunda parte, beneficiando directamente da expulsão de Éber Bessa, dois minutos depois de Soares e Artur Jorge se terem embrulhado e travado de razões na área sadina.

De cabeça mais fresca, Soares acabaria por obter o golo que sossegava as hostes portistas, aproveitando uma incursão de Alex Telles à ala contrária para fazer um cruzamento que ajudava a simplificar a tarefa portista e a acabar de vez com a sequência de três encontros sem qualquer vitória para o FC Porto. Um golo ainda mais oportuno por ter ocorrido imediatamente após Jhonder Cádiz ter deixado um aviso, em que falhou por pouco, numa ocasião fortuita, o empate para os homens do Sado.

Com menos uma unidade, apesar do inconformismo revelado e de algumas tentativas tímidas de incomodar os líderes do campeonato, para o Vitória ficava cada vez mais claro que restavam já poucas possibilidades de conseguir algo de positivo deste jogo, depois de três empates consecutivos, o primeiro dos quais frente ao Sporting. Uma consciência que acabou por estacionar à boleia da fase de maior desperdício do FC Porto, que, já livre da pressão inicial, foi perdendo contundência e transformando potenciais lances de golo — como um mergulho de peixe de Corona ou um corte de Militão — em tentativas adiadas de consumar a goleada anunciada.

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