Ana Gomes pede a Paulo Macedo “justiça e compaixão” para pequenos devedores da CGD

A eurodeputada diz que a Caixa Geral de Depósitos se “encarniça” e persegue os pequenos e é “complacente” com os grandes devedores.

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Ana Gomes Miguel Manso

A eurodeputada socialista Ana Gomes escreveu uma carta ao presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) a pedir-lhe “bom senso, justiça e compaixão” para cidadãos que se queixam “de perseguição sem contemplações” nas execuções de créditos concedidos pela CGD.

“Trata-se de cidadãos com dificuldades, apanhados de surpresa por uma crise financeira para a qual nada contribuíram, e que se acham sem nenhuma instância a quem recorrer”, diz Ana Gomes a Paulo Macedo, acrescentando que tem recebido diversos pedidos de ajuda desses cidadãos.

A eurodeputada divulgou nesta quinta-feira a carta no Twitter e escreveu na rede social: “Carta ao Presidente da CGD pedindo compreensão e compaixão para pequenos devedores que Caixa está a perseguir, enquanto vem deixando à solta e à tripa forra os grandes”.

Na missiva a Macedo, a socialista diz ainda que “os portugueses sabem hoje que mais de mil milhões de euros foram emprestados aos ‘grandes devedores’ e que foram declaradas ‘imparidades’ pela CGD”. Lembra ainda que foram “as sucessivas administrações da Caixa que concederam esses créditos ruinosos e arriscados aos tais ‘grandes devedores”, que “por não serem compelidos a reembolsá-los até hoje”, obrigaram “à injecção de 5,7 mil milhões de euros dos contribuintes para salvar a Caixa”.

“Sabendo tudo isto, é ainda mais inaceitável que a Caixa se encarnice contra os seu ‘pequenos devedores’, fazendo-os pagar um preço desumano pelos negócios desastrosos feitos por sucessivas administrações. É injusto que a CGD seja complacente com os grandes devedores, enquanto se acirra desproporcionalmente com os pequenos”, acrescenta na carta com a data de ontem, mas que só hoje a eurodeputada divulgou.

A concluir, Ana Gomes pede a Paulo Macedo “que atente nos casos individuais” que lhe dá conhecer, para que “sejam encontradas soluções ponderadas, em que prevaleçam o sentido de elementar bom senso, justiça e compaixão”.

Ana Gomes não se candidata, a seu pedido, às eleições europeias deste ano.

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