Brahimi ofereceu tapete para voo sem turbulência

FC Porto repôs a diferença no topo da classificação e aproveitou deslize dos “campeões de Inverno”. Belenenses SAD voltou a perder na qualidade de visitante.

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LUSA/JOSÉ COELHO

Pressionado por Benfica e Sp. Braga, por um lado, e reconfortado pela escorregadela do “campeão de Inverno” em Setúbal, por outro, o FC Porto assumiu frente a um Belenenses SAD imprevisível — precedido pela fama de ser um adversário duro de roer — a urgência de repor a vantagem no topo do campeonato (3-0), resgatando, na 19.ª jornada, os índices de confiança abalados pela frustração bem patente na ressaca dos dois duelos com os “leões”.

Sérgio Conceição recuperava a fórmula do campeonato, com Casillas na baliza e Soares na frente, mas olhava com desconfiança para um relvado encharcado, pesado e perigoso para um jogo de maiores requintes. Habituado a condições bem mais sofríveis, a equipa de Silas haveria de confirmar a apetência especial para causar mossa. Mas antes permitia que Brahimi entrasse na prestigiante galeria de estrangeiros com 50 golos de azul e branco. O argelino só precisou de cinco minutos para bater Muriel, concluindo na zona de penálti uma arrancada de Corona, que assinou a quinta assistência da época no campeonato.

Nos minutos que se seguiram, os azuis de “Belém” podiam ter-se afundado, mas Soares foi misericordioso e Marega complacente. Aproveitou o Belenenses SAD para justificar o sétimo lugar da Liga... E que Licá até poderia ter abrilhantado, mesmo sem mostrar argumentos para ultrapassar na tabela a dupla vimaranense. O ex-dragão acabou por devolver a cortesia de Soares falhando o empate que, pouco depois, Eduardo também deixou escapar na sequência de um erro terrível de Óliver e que nem Felipe foi capaz de emendar.

Atento aos reparos de Conceição, Militão aventurou-se mais no corredor direito e, num lance ensaiado, surgiu fulminante a levar o FC Porto para o intervalo com dois golos de vantagem, com Alex Telles a regressar às assistências. E só não foram três golos porque Corona falhou (42’) ocasião soberana, que permitiu a Silas restaurar a esperança belenense no intervalo.

Mas o treinador dos “azuis” não teve êxito quando pediu maior eficácia, o pecado capital de Licá e Henrique, incapazes de superarem Casillas e aproveitarem os equívocos de Alex Telles para abalarem a confiança portista. Já sem a pressa inicial, o FC Porto esperava o momento certo para desferir um golpe definitivo. Óliver esteve perto de surpreender Muriel, mas o espanhol foi mais forte a municiar Soares, que antes de se despedir dos pouco mais de 20 mil resistentes nas bancadas, apontou terceiro da noite e nono da conta pessoal na Liga (13.º da época, que já é a melhor de azul e branco).

A história do encontro estava praticamente contada, faltando apenas a estreia de Manafá e uma intervenção do VAR, para expulsar Gonçalo Silva por impedir uma desmarcação prometedora de Fernando Andrade. Impotente, o Belenenses SAD somava a segunda derrota como visitante na prova.

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