Santana Lopes visita bairro da Jamaica na segunda-feira

Líder do Aliança será o primeiro entre todos os partidos a ir ao bairro depois das cenas de violência entre moradores e a polícia - e antecipa-se a Marcelo.

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daniel rocha

O líder do partido Aliança, Pedro Santana Lopes, vai visitar na segunda-feira de manhã o bairro da Jamaica, em Vale de Chícharos, no Seixal, onde se registaram incidentes violentos com a polícia na manhã de domingo, dia 20. O antigo primeiro-ministro é, assim, o primeiro líder de um partido político que visita, de forma pública, aquele local desde a carga policial que motivou manifestações anti-racismo na baixa de Lisboa. 

No domingo passado, a polícia foi chamada a Vale de Chícharos após ter sido alertada para "uma desordem entre duas mulheres", e acabou por se envolver numa cena de violência com moradores da qual resultaram feridos, sem gravidade, cinco civis e um agente.

Na segunda-feira, decorreu uma manifestação contra a violência policial, convocada nas redes sociais, em frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, que resultou em quatro detenções por apedrejamento aos agentes da PSP, de acordo com a polícia.

Em declarações à Lusa, vários moradores do bairro da Jamaica afirmaram que "não convocaram" nem participaram nesse protesto. O Ministério Público e a PSP abriram inquéritos aos incidentes tanto do bairro como da manifestação na baixa lisboeta.

Na sexta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu, em entrevista à Lusa, a possibilidade de ir ao bairro da Jamaica. "Não é uma impossibilidade lá ir mais dia menos dia, como tenho estado em inúmeros bairros na Área Metropolitana de Lisboa e do Porto", disse Marcelo Rebelo de Sousa, reafirmando que não se deve generalizar incidentes como o de domingo, porque há "factos singulares que merecem investigação e responsabilização, nomeadamente criminal", que deve ser feita, "quanto mais rápido melhor".

Na sexta-feira, decorreu, em frente à Câmara do Seixal, um protesto pacífico em defesa do bairro, denunciando o "racismo" e a "violência policial".

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