Adeus Bruno Lage, treinador interino. Olá Bruno Lage, treinador a título definitivo. O Benfica confirmou ontem que o técnico que orientava a equipa desde a saída de Rui Vitória vai manter-se no cargo, com Luís Filipe Vieira a vincar que se tratou da “primeira opção” para o lugar. Depois de triunfos sobre Rio Ave e Santa Clara, enquanto interino, Bruno Lage terá agora pela frente um duplo duelo contra o V. Guimarães: esta noite para os quartos-de-final da Taça de Portugal (20h45, RTP1), e na sexta-feira para a 18.ª jornada do campeonato.

“O que está para trás é passado. Estamos bastante gratos a Rui Vitória pelo trabalho que desenvolveu no Benfica, pelas alegrias que nos deu”, afirmou o presidente do Benfica. “A primeira opção foi este senhor que está aqui ao meu lado, o Bruno Lage. É um homem identificado com a casa, conhece a formação do Benfica e sabe quais são os objectivos do Benfica. Peço o máximo de apoio a todos os benfiquistas ao nosso treinador”, concluiu Luís Filipe Vieira, selando a sua intervenção com um abraço a Bruno Lage.

Com a sua situação no Benfica esclarecida, Bruno Lage falou pela primeira vez em conferência de imprensa. O pretexto era fazer a antevisão do jogo dos quartos-de-final da Taça frente ao V. Guimarães, mas sobre a partida não se ouviu nem uma palavra: na sua estreia frente aos jornalistas, o treinador dos “encarnados” falou exclusivamente sobre as suas perspectivas enquanto técnico do Benfica.

“O que o presidente pediu é dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos. Vamos tentar tirar partido do bom trabalho do anterior treinador. A equipa tem estado a jogar em 4-3-3 e vamos tentar passar para 4-4-2. O fundamental neste momento é sentirmo-nos confortáveis, ter estabilidade e passar imagem de entrega, motivação. É muito importante neste momento reconquistar o público, tentando jogar com qualidade. Jogo a jogo, treino a treino, com intensidade alta e entrega total”, começou por afirmar Bruno Lage.

A mudança no sistema táctico será uma das prioridades do treinador “encarnado”, que não entrou em detalhes quanto a possíveis reforços ou dispensas: “Estamos em processo de transição de treinador, de sistema. Quero perceber o que todos os jogadores podem oferecer neste novo sistema”. “Sinto no olhar dos jogadores que sou um líder para eles”, acrescentou Bruno Lage, garantindo que pensa “jogo a jogo, treino a treino” em termos de longevidade no cargo. “Essa é a minha mentalidade. Não adianta falar em quanto tempo. Os treinadores vivem de resultados, independentemente do currículo ou do estatuto”, sublinhou.

“Fico muito orgulhoso por todo o percurso que fiz nesta casa. Agradeço ao presidente a aposta feita em mim, é mais um exemplo que a aposta na formação é concreta, não só nos jogadores. Existem treinadores com enorme potencial para fazerem o mesmo trajecto. Tenho 42 anos, sou pai, e a minha ideia quando comecei era apenas ser professor de Educação Física e preparador físico. Chegar ao Benfica, depois de experiências no Dubai e Inglaterra, dá-me um enorme orgulho e sentido de responsabilidade”, concluiu o treinador que começou a época na equipa B do Benfica.

Vimaranenses “moralizados”

No duplo duelo de Guimarães estarão frente a frente duas equipas que se defrontaram na final da Taça de Portugal duas vezes nos últimos sete anos. Em 2012-13 os vimaranenses, então orientados por Rui Vitória, bateram a equipa de Jorge Jesus. Em 2016-17 ganharam os “encarnados” de Rui Vitória, contra o conjunto de Pedro Martins. Será um reencontro entre as equipas que deram o pontapé de saída do campeonato 2018-19, que o Benfica venceu após alguns sobressaltos – a vencer por 3-0, a equipa de Rui Vitória permitiria o 3-2 e acabou a sofrer.

“Estamos muito moralizados pelo que fizemos no último jogo [triunfo por 1-0 sobre o Moreirense] e em conseguir de novo o quinto lugar [na I Liga]. Isso motivou-nos muito. Como está o Benfica com as vitórias ou não, não sei. Só o Bruno [Lage] o pode dizer. A minha equipa está muito animada com o jogo e quer muito que ele chegue, para o tentarmos ultrapassar com sucesso”, afirmou Luís Castro na conferência de antevisão da partida.

Embora tenha admitido que o desfecho do jogo da Taça terá impacto na partida de sexta-feira, para o campeonato, o treinador do V. Guimarães rejeitou atribuir qualquer favoritismo: “Num jogo a eliminar, favorito não é uma palavra que goste muito de aplicar. Nestes jogos, temos de nos atirar ao jogo com toda a nossa determinação, com todas as nossas forças”, apontou.