City-Liverpool, um olhar sobre o jogo da jornada

O treinador do Liverpool traduz a ideia de que não é necessário controlar o jogo e o adversário para ganhar jogos. Mas então o que aumentará hoje a probabilidade de ganhar?

Perceber o “estado de alma” em que uma equipa se encontra é fundamental para saber retirar o melhor de cada jogador. As vitórias trazem confiança e consequentemente aumentam a receptividade dos jogadores em ouvir o que o treinador quer para implementar no jogo. Perder este jogo no Etihad Stadium significará ficar a 10 pontos de Liverpool, que num contexto de Liga Inglesa, é significativo mas não determinante para as contas finais - tendo em conta que estamos a quatro meses de terminar a Liga mais competitiva do Mundo. Há que compreender que a imprevisibilidade na Liga Inglesa é tónico constante e estamos perante dois treinadores que adaptam as suas ideias em função das capacidades dos jogadores que têm, com o objectivo comum de ganhar.

A grande questão de hoje e que paira no Etihad Stadium será: ter a bola nas melhores condições com a maior quantidade de tempo perto da baliza, aumentará a probabilidade de ganhar? Se isso acontecer teremos Salah, Firmino e Mané prontos para aproveitar uma perda de bola e “disparar” num contra-ataque rápido que se tem revelado bastante eficiente - nos últimos seis jogos, tiveram influência directa (golo ou assistência) em 21 golos marcados.

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Como se pode evitar esse tipo de contra-ataques? Irá ser determinante o posicionamento de Fernandinho na frente dos dois defesas centrais, assim como a capacidade em decidir “quem marca” o jogador entre-linhas (espaço) e “quem faz” a respectiva compensação (se alguém sair na marcação a esse jogador). É importante reflectir que o que faz com que existam mais “contra-ataques” é precisamente quando uma equipa tem a posse de bola, muitas vezes “esquece-se” de preparar uma eventual perda de bola (posicionamento dos jogadores que deixam de intervir no processo). É nesses momentos que o Manchester City terá que ser eficaz. É imprescindível os jogadores perceberem a importância de controlar espaço-tempo, ou seja, terão que vigiar os adversários que deixam de intervir no processo defensivo e encurtar para que seja mais difícil mover-se para o espaço.

O Liverpool é uma equipa que defende com muito critério, e a partir do momento em que a posse de bola é recuperada, os jogadores “libertam-se” e tornam-se donos deles mesmos, fazendo com que a equipa se torne pragmática e eficaz nos processos de contra-ataque, que evidenciam claramente a criatividade/qualidade de Salah, Firmino e Mané.

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O que existe, então, em comum nestes processos? Algo que se percebe de forma clara é que os jogadores identificam as possibilidades de progressão de acordo com a circunstância existente no momento, imediatamente a seguir à recuperação da posse de bola. Reconhecem o que podem fazer no momento - e é aqui que o Manchester City terá que ser eficiente na forma de impedir que isto aconteça (não permitir espaços de progressão a Salah/Firmino/Mané).

Klopp traduz a ideia de que não é necessário controlar o jogo e o adversário para ganhar jogos. Mas então o que aumentará hoje a probabilidade de ganhar?

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