Líder do PSD-Setúbal pede demissão de Salvador Malheiro

Reacção de vice de Rui Rio a entrevista de ex-deputado motiva pedido de demissão por parte de um parlamentar e dirigente local.

Salvador Malheiro entre Fernando Negrão e Rui Rio
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Salvador Malheiro entre Fernando Negrão e Rui Rio Paulo Pimenta
Bruno Vitorino de lado
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Bruno Vitorino de lado Daniel Rocha
Luís Campos Ferreira junto a Passos e Bruno Vitorino na última fila
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Luís Campos Ferreira junto a Passos e Bruno Vitorino na última fila Miguel Manso

O ex-deputado Luís Campos Ferreira deu uma entrevista ao Expresso, publicada este sábado, que irritou a direcção do PSD e levou a algumas reacções em cadeia. Salvador Malheiro, vice-presidente do partido, reclamou com as declarações de Campos Ferreira no Twitter e fez insinuações que, por sua vez, irritaram Bruno Vitorino, deputado e líder do PSD-Setúbal. E Vitorino foi para o Facebook pedir contas: ou se retrata ou deixa de ser dirigente do PSD, exigiu a Salvador Malheiro, acusando-o de "bocas arrogantes, descabidas".

A história conta-se em poucas frases e anda sempre à volta da palavra "azelha". No Expresso, Luís Campos Ferreira, que renunciou recentemente ao lugar de deputado, disse que, se Rui Rio for "autenticamente azelha, não pode ser candidato a primeiro-ministro". Também criticou o líder por não se ter afirmado como oposição nem alternativa e acrescentou que "não se conhecem as ideias essenciais do PSD" e que apoiaria Luís Montenegro numa corrida à liderança. Mas o que tirou Salvador Malheiro do sério foi a palavra "azelha".

Na sua conta na rede social Twitter, o vice de Rio reagiu aos solavancos, mas sem hesitações. "Campos Ferreira presta hoje grande serviço ao PS, denotando falta de ética e lealdade ao PSD ao qual tudo deve desde 2002. O que vale é que quem decide as eleições é o povo, e não deputados da AR que nas suas terras perdem repetidamente eleições", escreveu. "Poderia ter também dito quais as verdadeiras razões porque sai de deputado. Quais serão?", insinuou ainda, questionando: "O azelha não será ele?" 

Mais tarde, já noite, a resposta veio do deputado Bruno Vitorino que é presidente da distrital de Setúbal do PSD. "Sou azelha, porque não ganho as eleições na minha terra? Talvez seja. Aqui - no distrito de Setúbal - somos todos. E há muitos anos. Todos os que deram a cara pelo PSD para defender as nossas cores e não à espera de cargos ou benesses. Lá, onde é fácil, há muitos. Aqui, onde é difícil há poucos, mas convictos", escreveu na sua página do Facebook.

E acrescentou: "Posso ser azelha, mas ainda consigo perceber que uma equipa numa Comissão Política Nacional deve unir, e não dividir. Deve motivar, e não mandar este tipo de bocas arrogantes, descabidas. Ainda mais de quem não conhece o país como um todo. Quem nunca veio ao distrito de Setúbal, ao Alentejo, a muitos concelhos de Lisboa. Quem não conhece a nossa história, a nossa realidade, nem as nossas gentes."

Podia ser só um desabafo de quem não gostou de ver outro companheiro de partido atacado. Mas Bruno Vitorino foi mais longe: "Quem diz isto, ou se retrata, ou deixa de ser vice-presidente do PSD".

A novela promete continuar numa rede social perto de si.

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