Sánchez e Torra tentam reaproximação em véspera de protestos independentistas

Líder do executivo espanhol e presidente do governo catalão reúnem-se em Barcelona, no dia em que os secessionistas presos puseram fim à greve de fome. Conselho de Ministros na sexta-feira levará milhares de manifestantes às ruas.

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O presidente do Governo de Espanha e o presidente da Generalitat reuniram-se esta quinta-feira no Palácio de Pedralbles, em Barcelona, para um breve debate sobre os planos para melhorar os canais de diálogo sobre a crise catalã. O convite para um encontro que o executivo espanhol insistiu ser informal e que o governo catalão tratou como uma cimeira bilateral foi feito por Pedro Sánchez a Quim Torra, aproveitando a realização de um Conselho de Ministros na cidade condal na sexta-feira.

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O presidente do Governo de Espanha e o presidente da Generalitat reuniram-se esta quinta-feira no Palácio de Pedralbles, em Barcelona, para um breve debate sobre os planos para melhorar os canais de diálogo sobre a crise catalã. O convite para um encontro que o executivo espanhol insistiu ser informal e que o governo catalão tratou como uma cimeira bilateral foi feito por Pedro Sánchez a Quim Torra, aproveitando a realização de um Conselho de Ministros na cidade condal na sexta-feira.

Carmen Calvo (vice-presidente do Governo) e Meritxell Batet (ministra da Política Territorial e Função Pública) estiveram numa reunião paralela, com Pere Aragonès (vice-presidente do govern) e Elsa Artadi (conselheira da presidência e porta-voz da Generalitat).

O diálogo entre as partes não tem sido fluído. O Governo mantém-se afastado, o mais possível, das acusações de “rebelião”, “desvio de fundos públicos” e “desobediência” que enfrentam 18 políticos catalães envolvidos na organização do referendo secessionista e na declaração de independência no parlamento, em Outubro do ano passado. 

E por isso, os partidos independentistas, que entendem os casos judiciais como um processo político e que apoiaram a moção do PSOE para derrubar Mariano Rajoy na esperança de uma relação diferente com Madrid, rejeitam agora ajudar Sánchez com o Orçamento de Estado para 2019. 

Os ministros do executivo espanhol juntam-se em Barcelona um ano depois das últimas eleições na Catalunha, convocadas pelo anterior Governo, no âmbito da aplicação do artigo 155.º da Constituição – que permitiu a Rajoy dissolver o parlament e destituir o govern. Nesse sentido, são esperados milhares de manifestantes independentistas nas ruas e, particularmente, nas imediações da Llotja de Mar, onde terá lugar o encontro governamental.

A Assembleia Nacional Catalã (ANC), a Òmnium Cultural, os Comités de Defesa da República (CDR) e o Intersindical-CSC foram algumas das entidades que convocaram protestos e que querem que sexta-feira seja palco de mais uma demonstração de força do movimento secessionista catalão.

As autoridades irão colocar em marcha um ambicioso dispositivo de segurança, que os media espanhóis descrevem como uma autêntica “blindagem de Barcelona”. Segundo o jornal La Vanguardia, os 4500 polícias diariamente mobilizados na região catalã terão o apoio de 3500 elementos dos Mossos d’Esquadra. Desses, mil ficarão a “proteger” o local do Conselho de Ministros, enquanto os restantes se distribuirão por aeroportos, estações de caminhos-de-ferro e os principais acessos à capital catalã.

Diversos políticos ligados ao movimento soberanista catalão lançaram apelos para que os protestos decorram de forma pacífica. Entre eles o ex-presidente do governo Carles Puigdemont, mas também Jordi Sànchez, Jordi Turull, Josep Rull e Quin Forn, quatro políticos detidos preventivamente pelo seu papel no procés, que esta quinta-feira colocaram um ponto final na greve de fome que iniciaram há 20 dias.

“Em coerência com o nosso compromisso com a não-violência, solicitamos que uma atitude cívica e pacífica encha amanhã as ruas da capital do país, para que se faça escutar, uma vez mais, a voz colectiva a favor da liberdade, do pleno exercício dos direitos fundamentais e que se respeita a vontade de autodeterminação do povo da Catalunha”, defenderam em comunicado.

Os quatro membros do JxCat puseram fim ao protesto que tinha como objectivo denunciar o bloqueio sistemático dos seus recursos e do acesso à justiça europeia, por parte do Tribunal Constitucional, que recentemente apresentou um calendário detalhado para a apresentação dos referidos recursos.