A semana branca

Para me defender da semana branca que aí vem já comecei a guardar edições. Custa-me muito, porque gosto de ler tudo no dia em que sai – mas tem de ser.

Já saíram as edições de Natal do Spectator, do TLS, do London Review of Books, do New Statesman, do New Yorker e do New York Review of Books. Só falta a melhor de todas que é a do Economist, anunciada hoje pela newsletter da directora, Zanny Minton Beddoes que avisa: “The Economist’s editorial offices are closed next week. The newsletter will restart on Thursday, January 3rd 2019.”

Digo que a edição de Natal do Economist é a melhor, porque é a única suficientemente generosa para se poder ler na semana em que não se publicará a revista. Está cheia de ensaios curiosos e eruditos sobre coisas que não lembram ao diabo, como o próprio diabo. É tão apetitosa que compro-a em papel, apesar de ser assinante digital. Gosto de andar com ela de um lado para o outro, cada vez mais gasta, a capa solta.

As outras publicações, embora se apresentem como double issues, para compensar a semana (ou quinzena) de silêncio (e o preço mais alto, claro) são apenas edições gorduchas com, vá lá, para aí uns cinquenta por cento de material de leitura.

Este recheio extraordinário é largamente constituído por balanços requentados que parecem versões adultas das redacções “O que eu fiz nas férias”, desta feita “Do que é que eu falei ao longo do ano”.

Safa-se a tradição dos Books of the Year em que pessoas de fora (idealmente) elogiam livros que não tiveram a atenção que mereciam.

Para me defender da semana branca que aí vem já comecei a guardar edições. Custa-me muito, porque gosto de ler tudo no dia em que sai – mas tem de ser.

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