O “novo normal” do Sporting é ganhar, golear e sofrer

Triunfo dos “leões” por 5-2 em Alvalade sobre o Rio Ave vale apuramento para os quartos-de-final. Já são 30 golos em sete jogos com Marcel Keizer.

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Diaby, Dost e Bruno Fernandes: um golo para cada um LUSA/MIGUEL A. LOPES

Este é o novo normal do Sporting. Ganhar, golear e sofrer golos. Nesta quarta-feira, ao sétimo jogo com Marcel Keizer, repetiu-se a receita, com um triunfo por 5-2 sobre o Rio Ave, em Alvalade, que deu o apuramento para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Os “leões” já vão em 30 golos desde que chegou o treinador holandês em Alvalade, o que dá uma média superior a quatro por jogo, uma veia goleadora que tem os seus custos defensivos, mas é esta a filosofia de Keizer, o preferir ganhar por 4-3 ao ganhar por 1-0. Felizmente, para ele e para o Sporting, ainda ninguém chegou perto

O Sporting é, neste momento, uma equipa que prospera no meio do caos. É uma secretária desarrumada e cheia de papéis por todo o lado em que só o seu ocupante sabe onde encontrar aquilo que precisa na hora em que precisa. Há muitos momentos em que tudo corre bem, em que os jogadores se encontram uns aos outros e a bola só pára dentro na baliza do adversário. Claro que depois há sempre aquele momento em que vem alguém que manda tudo para o lixo e, no meio, manda fora algum papel importante. Estes são os momentos em que os “leões” sofrem golos, que têm acontecido com alguma frequência.

Logo após o apito inicial do árbitro, podia ter acontecido um desses momentos e repetir-se a história dos dois anteriores adversários (Aves e Nacional), que começaram a ganhar. O Rio Ave conseguiu navegar no meio do caos sportinguista e Fábio Coentrão conseguiu entrar na área de Renan com a bola nos pés, mas o lance perdeu-se. E antes que o seu visitante vila-condense fizesse nova investida atacante, o Sporting colocou-se em vantagem. A jogada começou em Diaby, que colocou a bola em Acuña, o argentino acelerou pelo flanco esquerdo e devolveu para o maliano fazer o 1-0 à entrada da pequena área, o golo mais madrugador da época para os “leões”. Tinham passado apenas quatro minutos.

José Gomes, que já tinha provado o veneno deste novo Sporting no campeonato (derrota por 1-3 em Vila do Conde), tinham montado uma estratégia de confronto directo e de risco muito semelhante à dos “leões”, a apostar na pressão alta e nos duelos individuais, mas é difícil manter a rotação alta ou tentar uma resposta mais consistente perante um adversário que não se acomoda a uma vantagem mínima. Depois de meia-hora em que Sporting e Rio Ave trocaram golpes, os “leões” voltaram à vantagem, num canto de Acuña aos 32’, com Coates a cabecear ao poste e Bas Dost a fazer a recarga.

E, depois de um momento em que Gelson Dala, jogador emprestado pelos “leões” e liberado para jogar na Taça, quase fez o 2-1, o Sporting respondeu com mais um golo aos 42’, desta vez por Bruno Fernandes num remate colocadíssimo após mais uma correria e um passe perfeito de Acuña. Antes do intervalo, a resposta do Rio Ave reduziu a vantagem “leonina” para 3-1, um cruzamento de Matheus Reis que Bruno Gaspar desviou para a própria baliza. E com meio jogo para cumprir e frente a este Sporting, mais golos não seria uma missão impossível.

Nos primeiros minutos da segunda parte, o Rio Ave não andou longe de reduzir, em dois momentos em que conseguiu chegar com perigo à área “leonina”, mas faltou destreza, tanto a Coentrão como a Vinicius para fazer mais um golo. Mas antes que alguém do Rio Ave voltasse a fazer o gosto ao pé, o Sporting fez mais dois, por Bas Dost aos 61’ (sétimo jogo consecutivo a marcar para o holandês, que já leva 15 golos esta época) após passe de Jovane, e por Diaby aos 77’, após jogada de Bruno Fernandes. Só depois, 83’, veio o segundo do Rio Ave, um penálti convertido por Vinicius após braço na bola de Coates. Não chegou para mudar o rumo de um jogo que podia ter tido, sem favor, mais um par de golos para cada lado.

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