Este Villarreal não ganha dois jogos seguidos

Apesar de um plantel com vários nomes sonantes, o próximo adversário do Sporting na Liga Europa está a lutar pela manutenção na Liga espanhola.

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LUSA/JAVIER BLASCO

Há 20 anos, estreou-se na liga espanhola, há 12 foi semifinalista na Liga dos Campeões e há dez foi vice-campeão de Espanha, mas o Villarreal é, em 2018-19, uma equipa que luta pela sobrevivência. Talvez daqui a dois meses, quando defrontar o Sporting nos 16 avos-de-final da Liga Europa, o “Submarino Amarelo” seja uma equipa diferente, mais estabilizada e mais tranquila, mas, até agora, ainda não conseguiu sequer ganhar dois jogos seguidos.

A Liga Europa até tem sido um relativo oásis para uma equipa que enfrenta uma luta pela manutenção na Liga espanhola. A fase de grupos da prova europeia não foi espectacular, com apenas duas vitórias (mais quatro empates), mas foi o suficiente para ficar em primeiro num grupo que tinha ainda Rapid Viena, Glasgow Rangers e Spartak Moscovo. Esta será a terceira vez que o Villarreal tem oposição portuguesa nas competições europeias, depois de um empate (1-1) e uma vitória (1-0) frente ao Benfica na fase de grupos da Champions em 2005-06, e de uma eliminação às mãos do FC Porto nas "meias" da Liga Europa em 2010-11 - ganhou a primeira mão por 3-2, perdeu a segunda por 5-1.

Os números globais da época são bem demonstrativos da crise: seis vitórias, 11 empates e sete derrotas em 24 jogos. Os 40 golos marcados até sugerem alguma competência ofensiva, mas são enganadores: 11 deles foram marcados numa eliminatória a duas mãos contra o Almeria, da segunda divisão. As verdadeiras penas do Villarreal têm sido na Liga Espanhola. Se nas últimas cinco temporadas nunca terminou abaixo do sexto lugar, o Villarreal está perigosamente próximo dos lugares de descida, em 17.º, com 15 pontos, apenas mais um que outro histórico em apuros, o Athletic Bilbau. E os alarmes de emergência já soaram no Estádio de La Cerâmica, com a troca de treinadores há uma semana – entrou Luís Garcia para o lugar de Javier Calleja.

Nada fazia prever a crise do Villarreal, uma equipa de cidade pequena que se fez grande à custa de boa gestão e de aprender com erros do passado. Houve contratações sonantes, como o defesa internacional argentino Funes Mori, do lateral mexicano ex-FC Porto Miguel Layún, o regresso a casa de Santi Cazorla, ou a compra em definitivo do avançado colombiano Carlos Bacca, depois de uma época por empréstimo do AC Milan. Nomes fortes para uma equipa cheia de gente com tarimba na Liga espanhola, como Sergio Asenjo, Victor Ruiz, Bruno Soriano, Javi Fuego ou Gerard Moreno.

Mas o que este Villarreal tem mostrado é exactamente o contrário do que a experiência e qualidade do seu plantel poderiam sugerir, a tremer nos campos mais improváveis, como aconteceu no último fim-de-semana, na casa do Huesca, destacado último classificado, onde uma vitória se transformou em empate no tempo de compensação. Esta é uma equipa bem longe dos tempos em que Riquelme e Forlán maravilhavam a Europa com a camisola do “Submarino Amarelo”, e Luís Garcia, o treinador, tem plena consciência disso: “A situação é jodida. Cada jogo do campeonato é uma final. Temos de ir até ao limite.”

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