Sporting foi do susto à goleada

"Leões" triunfam em casa sobre o Desportivo das Aves por 4-1, depois de terem estado a perder, e regressam ao segundo lugar.

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Nani marcou o segundo golo do Sporting LUSA/MIGUEL A. LOPES

Não há vitórias más, mas há umas vitórias melhores que as outras, e a que o Sporting conseguiu neste domingo, em Alvalade, não reflecte com rigor as enormes dificuldades por que passou frente ao Desp. Aves. Os “leões” triunfaram por 4-1 e voltaram a ocupar o segundo lugar, a dois pontos do líder FC Porto, mas este foi um triunfo da eficácia e de marcar no momento certo, e não de um rolo compressor sobre um rival que só começou a ceder quando perdeu um estratega que estava no banco chamado José Mota, que já tantas vezes fez a vida negra ao Sporting, inclusivamente na Taça de Portugal.

Com todas as dificuldades que teve durante o jogo, o Sporting foi mais uma vez goleador no quarto jogo de Marcel Keizer como técnico, o primeiro em Alvalade. Já são 17 golos marcados, quatro sofridos, com Bas Dost a pautar o ritmo — foram mais dois do holandês, que já é o melhor marcador do campeonato, com oito. Mas o Sporting, ao contrário dos três jogos anteriores, começou a perder e a jogar mal, muito por culpa de um Desp. Aves bem preparado para contrariar as ideias do adversário.

Keizer não mudou absolutamente nada em relação ao jogo anterior, mas a equipa pareceu bem diferente, muito descoordenada na transição rápida para o ataque e sem capacidade de pressão no momento da perda da bola. Pelo contrário, o Desp. Aves cumpriu todas as tarefas quase na perfeição e não foi surpresa nenhuma quando se colocou em vantagem aos 17’. Livre marcado por Rodrigo Soares no lado esquerdo do ataque e Rodrigo Defendi, na área, cabeceia para o fundo da baliza de Renan.

A equipa de José Mota não tirou o pé do acelerador e, perante a descoordenação geral dos “leões”, podia ter feito mais um ou dois golos sem favor nenhum. Logo a seguir ao primeiro, o rapidíssimo Amilton fugiu a Coates, mas não foi na direcção certa e o seu remate acabou por ir ter à malha lateral da baliza. O Desp. Aves estava tranquilo no jogo, seguro, mais uma vez uma equipa de José Mota a fazer a vida difícil aos “leões”, como já tantas vezes acontecera nos últimos anos, a última das quais a final da Taça de Portugal, que caiu, precisamente, para o lado avense.

Mas José Mota não aceitou bem uma decisão de arbitragem aos 37’ que acabaria por mudar o curso do jogo. Diaby recebeu uma bola pelo ar de Bruno Fernandes, o lance não iria dar nada, mas Vítor Costa acabou por pontapear o maliano a tentar disputar a bola. O árbitro recebeu indicação do VAR, foi rever o lance no monitor e assinalou penálti. Bas Dost foi certeiro na conversão do castigo e devolveu o Sporting ao jogo. José Mota não gostou, reclamou antes, durante e depois do golo do empate, e foi expulso.

Já sem a sua “cabeça” no banco, o Desp. Aves não teve a capacidade para segurar o Sporting e ficou a perder antes de se chegar ao intervalo. Nani arrancou um tremendo remate de fora da área, a bola raspou em Vítor Gomes e entrou na baliza, uma tremenda demonstração de eficácia dos “leões” que pouco mais tinham feito para chegar ao golo durante a primeira parte.

Para o segundo tempo, mesmo sem grande inspiração, o Sporting voltou a ter o mérito de marcar no momento certo. Aos 48’, Bruno Fernandes conseguiu ganhar um lance no flanco esquerdo e arrancou um cruzamento perfeito para Dost fazer o 3-1, um golo que esfriou um bocadinho a tentativa de reacção do Desp. Aves. E mesmo depois da justa expulsão de Acuña, após uma falta sobre Ruben Oliveira aos 55’, o Sporting voltou a alvejar o adversário aos 60’, com mais um grande passe em profundidade de Bruno Fernandes a casar com a velocidade de Diaby. O maliano passou por Defendi, entrou na grande área e fez o 4-1.

Depois, foi só gestão em inferioridade numérica contra um rival de braços caídos. O Sporting mereceu ganhar, mas o Desp. Aves não mereceu ser goleado.

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