Governo francês desiste de aumento de imposto sobre combustíveis

Medida foi retirada da proposta de Orçamento do Estado para 2019 perante o aumento dos protestos dos "coletes amarelos".

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Edouard Philippe, primeiro-ministro francês, anunciou o recuo perante a Assembleia Nacional LUSA/IAN LANGSDON

O Governo francês abandonou em definitivo a intenção de aumentar os impostos sobre os combustíveis, um dia depois de ter adiado por seis meses a aplicação da polémica medida, que motivou uma vaga de protestos violentos. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Edouard Philippe.

"O Governo está pronto para o diálogo e demonstra-o ao retirar este aumento de impostos do Orçamento do Estado para 2019", disse o chefe do Executivo perante a Assembleia Nacional.

Na terça-feira, Philippe já tinha anunciado o adiamento da medida, bem como a suspensão da subida das taxas da electricidade e do gás e o cancelamento provisório do reforço das inspecções sobre os veículos automóveis, que também deveria entrar em vigor no início do ano – uma medida que iria traduzir-se num aumento do preço das inspecções.

"O que estamos a enfrentar é um momento central do que se tem passado nos últimos cinco anos", disse o primeiro-ministro na reunião com os deputados, durante a qual censurou "o clima de grande violência" que "ameaça a democracia" francesa.

Na comunicação ao país, o primeiro-ministro disse que "nenhum imposto merece que se ponha em causa a unidade do país", numa referência à violência da manifestação de sábado em Paris.

Estavam previstas novas manifestações para os próximos dias. Os protestos, inicialmente centrados na questão dos combustíveis, tinham evoluído para um movimento de contestação mais alargado contra a perda de poder de compra dos francesas e a presidência de Emmanuel Macron.

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