Fugir de e em Dannemora

Escape at Dannemora, a minissérie sobre uma fuga de uma prisão em 2015, com Benicio del Toro, Paul Dano e Patricia Arquette, estreia-se neste domingo, às 23h, no TVSéries.

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Benicio del Toro e Patricia Arquette em Escape at Dannemora DR

Em 2015, Richard Matt e David Sweat, que tinham ambos sido condenados por homicídio, fugiram do estabelecimento prisional de Clinton, em Dannemora, uma pequena aldeia em Nova Iorque. À fuga, que envolveu um túnel a la Os Condenados de Shawshank, seguiu-se uma perseguição bastante mediática, que envolveu inúmeros cabeçalhos de jornal e durou quase três semanas. A história desse episódio, dos dois presidiários e de Joyce “Tilly” Mitchell, a costureira da prisão que esteve envolvida sexualmente com ambos, apesar de ser casada, e os ajudou a escaparem, é o foco de Escape at Dannemora, a nova minissérie de sete episódios da Showtime. Chega cá este domingo, às 23h, via TVSéries.

Criada por Brett Johnson, que escreveu para Ray Donovan e Mad Men, e Michael Tolkin, que escreveu O Jogo — o livro e o filme de Robert Altman —, a série tem, ao contrário do que é comum nestas lides, um só realizador, e alguém que nunca se esperaria que estivesse atrás das câmaras numa recriação dramática e meticulosa de uma fuga da prisão: Ben Stiller.

Não é uma história propriamente urgente, mas vale a pena, sobretudo, pela atenção ao detalhe, que não se nega a mostrar as condições miseráveis em que os prisioneiros vivem nem a violência que os rodeia, e por não ter pressa de chegar a lado nenhum, levando o seu tempo a mostrar o dia-a-dia das personagens, mesmo que não haja sumo suficiente para encher as mais de sete horas de duração.

O que a eleva é, acima de tudo, o elenco, com Benicio del Toro e Paul Dano, duas caras que é raro ver na televisão, no papel dos prisioneiros e, mais particularmente, Patricia Arquette. A actriz faz de Tilly, a tal costureira. Para encarnar esta mulher narcisista, a actriz teve uma transformação física: dentes postiços, ganho de peso e um sotaque exagerado. Podia facilmente ter sido uma caricatura, mas é um ser humano completo, credível, com desejos, vontade de fugir da rotina e do que a vida lhe trouxe. A fuga é tanto deles quanto dela, sob vários sentidos.

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